Bateria de avião danificada de um Boeing 787: o risco de incêndio por superaquecimento de baterias tinha se transformado em uma grande preocupação (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 13h49.
A agência norte-americana encarregada da segurança no transporte disse este domingo que o incêndio ocorrido após a aterrissagem de um Boeing 787 Dreamliner em Boston (nordeste) não foi causado por uma bateria sobrecarregada.
O risco de incêndio por superaquecimento de baterias tinha se transformado em uma grande preocupação para os novos Boeing, depois que os pilotos de um voo doméstico do Japão foram obrigados a aterrissar devido ao aparecimento de fumaça, aparentemente ligada à bateria de lítio.
Os aviões sofreram uma série de problemas técnicos no começo do mês, o que levou a Agência Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos a emitir um alerta proibindo a decolagem de 50 Boeing 787 em operação ao redor do mundo.
Contudo, a Junta Nacional de Segurança no Transporte (NTSB) dos Estados Unidos disse que até o momento sua investigação demonstrou que a bateria não foi culpada pelo incêndio do dia 7 de janeiro em um avião vazio da Japan Airlines em Boston.
"A análise dos dados do avião JALB-787 indica que a bateria APU não superou a voltagem projetada de 32 volts", disse o organismo em um comunicado.
O exame físico da bateria, que inclui raios X e passagem por scanner da bateria montada e de seus componentes desmontados, ainda está sendo realizado, explicou a agência.
A NTSB acrescentou que representantes de seus homólogos japoneses e franceses estavam participando da investigação e destacou que enviou um investigador ao Japão para a investigação relativa ao incidente.
Na quarta-feira, a Boeing anunciou que iria adiar a entrega de seus 787 Dreamliner, mas disse que continuaria a construção das aeronaves, enquanto os especialistas em segurança examinam a bateria e os sistemas elétricos.
Os problemas criaram uma sombra sobre a aeronave, que depende, em grande medida de sistemas eletrônicos pioneiros e materiais leves e que é vista como chave para o futuro da Boeing.
Nenhuma companhia aérea cancelou as compras do 787, mas com 850 pedidos de aviões de mais de 200 milhões de dólares, há uma fortuna em jogo.