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Imprensa de luto por atentado contra Charlie Hebdo

A comoção provocada pelo sangrento atentado se reflete nesta quinta-feira na primeira página dos jornais.

Jornais prestam homenagem à revista Charlie Hebdo em 8 de janeiro de 2014
 (Damien Meyer/AFP)

Jornais prestam homenagem à revista Charlie Hebdo em 8 de janeiro de 2014 (Damien Meyer/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 07h09.

Paris - "Barbárie", "Guerra contra a liberdade". A comoção provocada pelo sangrento atentado contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo se reflete nesta quinta-feira na primeira página dos jornais.

Na imprensa francesa, fundos pretos e desenhos prestam homenagem aos 12 mortos, entre eles famosos cartunistas, no atentado com kalashnikov cometido na quarta-feira em Paris contra a revista.

"Todos somos Charlie", afirma o jornal Libération (esquerda). A frase, apresentada por muitos manifestantes na noite de quarta-feira, figura em muitas manchetes de jornais.

"A liberdade assassinada", afirma, por sua vez, o jornal conservador Le Figaro, que publica as fotos de seis vítimas: os cartunistas Cabu, Charb, Honoré, Tignous, Wolinski e o cronista Bernard Maris.

Em um editorial intitulado "A guerra", o diretor do jornal anuncia "uma verdadeira guerra, obra não de assassinos na sombra, mas de assassinos metódicos e organizados, cuja selvageria gela o sangue".

O jornal Les Echos convoca a "Enfrentar a barbárie" e publica o último desenho de Charb.

O editorial arremete contra "canalhas encapuzados (que) declararam guerra contra a França, contra nossa democracia, nossos valores".

"Barbárie", sobre um fundo preto, também é a manchete escolhida pelo jornal gratuito 20 Minutes.

Na Bélgica, o jornal econômico L'Echo intitula "Todos Charlie" sobre um fundo preto, no centro de sua primeira página, que reproduz 17 capas da Charlie Hebdo. Seu irmão flamengo De Tijd, mais sóbrio, apresenta uma primeira página quase toda preta com as palavras "Sou Charlie", em francês.

Toda a primeira página do jornal flamengo De Morgen é ocupada por um desenho que representa em vermelho sobre um fundo branco um terrorista que segura uma kalashnikov e exclama "Estão armados!" diante de um personagem com um lápis.

O editorialista do La Libre Belgique Francis Van de Woestyne estima que "este ataque é, por seu impacto, sua violência, tão importante quanto o que atingiu Nova York em 11 de setembro de 2001".

"Não ceder"

Na imprensa britânica, o Daily Mail e o Daily Telegraph intitularam "Guerra contra a liberdade" e publicaram na primeira página a foto dos agressores no momento em que matam um policial ferido no chão.

No mesmo sentido, o The Times intitulou "Ataque à liberdade" e o The Guardian "Ataque contra a democracia".

"O ataque contra os jornalistas do Charlie Hebdo aponta contra o coração da democracia, a liberdade de imprensa", escreveu em seu site o jornal conservador alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ).

"Na luta contra o terrorismo não se deve retroceder", acrescentou.

"Sou Charlie!", escreveu o site Tageszeitung (esquerda).

"O objetivo dos terroristas é sempre propagar o medo e o terror. Com o ataque de quarta-feira o medo se instaurou nas salas de redação", disse o Tageszeitung.

"A Europa não tem medo", afirmou a edição internet da publicação portuguesa Expresso, que destaca que milhares de europeus saíram às ruas para defender a liberdade de expressão.

"Não se deve ceder à chantagem repugnante do terror", afirma o jornal Público de Portugal.

A rádio espanhola Cadena Ser insistiu que é preciso "combater o fanatismo, o ódio irracional, o obscurantismo e a ignorância".

O jornal dinamarquês Berlingske publica em sua primeira página um desenho que representa uma folha em branco com o nome da Charlie Hebdo cercado por 12 marcas de tiros, correspondendo aos doze mortos no ataque.

"O profeta vingado com sangue", afirmou o jornal conservador polonês Rzeczpospolita, que diz que a "Charlie Hebdo é uma vítima da guerra que os islamitas declararam à França".

O jornal internet Gazeta.pl, da publicação Gazeta Wyborcza, publicou as 13 "capas mais impactantes da história da Charlie Hebdo", das quais várias dedicadas ao Papa.

"Não poupavam ninguém, nada era sagrado para eles", comentou a Gazeta.pl.

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