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Igrejas de Santiago são atacadas em protesto contra visita papal

Autores também espalharam panfletos com frases políticas contra a viagem de Francisco, que entre os dias 15 e 18 deste mês visitará o país

Ataques no Chile: em três ações as igrejas sofreram danos, principalmente em portas e fachadas (Christian Iglesias/Reuters)

Ataques no Chile: em três ações as igrejas sofreram danos, principalmente em portas e fachadas (Christian Iglesias/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 12h21.

Santiago - Pelo menos quatro ataques contra templos católicos foram registrados nesta sexta-feira em diferentes pontos de Santiago (Chile) em protesto contra a visita que o papa Francisco fará ao país, informou a Polícia.

Em três ações as igrejas sofreram danos, principalmente em portas e fachadas. A quarta foi controlada pela Polícia.

Os autores também espalharam panfletos com frases políticas contra a viagem de Francisco, que entre os dias 15 e 18 deste mês visitará Santiago, Temuco e Iquique, onde dará missas e irá cumprir uma série de atividades.

Em entrevista a uma rádio local nesta manhã, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, considerou o fato incomum.

"Sabemos que sempre haverá um grupo ou outro, mas isto é muito estranho, porque não é algo que possamos identificar como sendo de um grupo específico. Na democracia as pessoas podem se expressar, mas sempre de maneira pacífica e adequada", afirmou.

Na região chamada Estação Central, a Igreja de Santa Isabel de Hungria foi a atacada. Lá, desconhecidos lançaram um pano embebido em combustível na direção da entrada e depois atearam fogo. A porta ficou completamente queimada, mas o Corpo de Bombeiros conseguiu impedir que as chamas se alastrassem.

"Liberdade a todos os presos políticos do mundo. Wallmapu (território mapuche) livre. Autonomia e resistência. Papa Francisco, as próximas bombas serão na sua batina", diziam os panfletos deixados no local.

Fernando Ibáñez, o padre que mora na paróquia, disse a uma rádio chilena que, horas antes, alguns jovens passaram pela igreja falando frases ofensivas, mas ele não imaginou que um ataque do tipo pudesse acontecer.

Na Recoleta, outro ataque afetou a Paróquia Emanuel dos Santos Apóstolos, onde às 3h (horário local, 5h em Brasília) indivíduos não identificados lançaram uma bomba que destruiu a porta e algumas janelas.

Em Peñalolén, um ataque similar atingiu a Capela Cristo Vencedor, onde desconhecidos explodiram uma bomba que causou poucos danos. A Polícia encontrou no lugar um extintor e uma embalagem plástica que estão sendo periciados. Nessa igreja não havia panfletos.

No Santuário de Cristo Pobre, que fica perto da estação de metrô Quinta Normal e do Museu Nacional de História Natural, a Polícia neutralizou uma vasilha com combustível deixada na entrada do templo. Na parede, os autores escreveram: "Para o papa 10 bilhões e os pobres morremos nas cidades".

O subsecretário do Interior, Mahmud Aleuy, foi aos locais atacados e disse que abrirá processos contra todos os responsáveis. Ele informou que as ações são parecidas, mas não necessariamente estão relacionadas.

Segundo o político, depois dos atos de hoje, será preciso reforçar a segurança no trajeto que o pontífice fará e nas regiões a serem visitadas.

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