Nicarágua: os protestos começaram por conta do anúncio das reforma da Previdência, que foi revogada (Oswaldo Rivas/Reuters)
EFE
Publicado em 25 de abril de 2018 às 09h55.
Manágua - A Conferência Episcopal da Nicarágua aceitou, na terça-feira, ser mediadora e testemunha de um diálogo proposto pelo governo de Daniel Ortega para superar uma crise que deixou pelo menos 30 mortos e 428 feridos, segundo ONGs e fontes oficiais, e cujas manifestações ainda não terminaram.
O presidente do Episcopado, o cardeal Leopoldo Brenes, disse em mensagem à imprensa que aceita estar em mediar e testemunhar o diálogo convocado pelo presidente Ortega, no último domingo "diante das situações muito sérias vividas pela nação nicaraguense e que se aguçaram na última semana".
Naquele dia, Ortega convidou o cardeal Brenes e os bispos para que sejam fiadores de um diálogo entre o Executivo, setor privado e trabalhadores.
Apesar de o presidente tenha dito que não aceitaria dialogar sob condições, o clero fez uma lista básica de pedidos.
"Para facilitar o clima de diálogo consideramos essencial e imprescindível que tanto o governo como cada membro da sociedade civil evite todo ato de violência, desrespeito à propriedade pública e prevaleça um clima sereno e de absoluto respeito com a vida de cada um dos nicaraguenses", afirmou o Episcopado, no comunicado lido por Brenes.
Como resultado dos diferentes atos de violência registrados nos protestos da Nicarágua, as organizações não-governamentais e a Cruz Vermelha do país contavam até hoje pelo menos 28 mortos, entre eles dois policiais, um adolescente e um jornalista, 428 feridos, e mais de 200 manifestantes detidos ou desaparecidos.
A polícia da Nicarágua informou, entretanto, um balanço total de dois agentes mortos e 121 feridos durante os confrontos que aconteceram desde a última quarta-feira até o domingo, por conta do anúncio das reforma da Previdência, que foi revogada.