Igreja Católica: das 690 denúncias, apenas 185 foram consideradas críveis e seus nomes divulgados (./Getty Images)
EFE
Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 08h29.
Última atualização em 20 de dezembro de 2018 às 10h21.
Washington - As seis dioceses católicas do estado de Illinois, nos Estados Unidos, ocultaram os nomes de 500 padres acusados de abusos sexuais, segundo denunciaram nesta quarta-feira as autoridades.
A procuradora-geral de Illinois, Lisa Madigan, afirmou em um relatório que a Igreja Católica no estado recebeu denúncias contra 690 párocos, das quais apenas 185 foram consideradas críveis e seus nomes divulgados.
Segundo Madigan, "o abuso sexual do clero a menores em Illinois é significativamente mais extenso do que as dioceses de Illinois reconheceram".
O caso de Illinois é divulgado depois de vários outros no país, sendo o de maior repercussão o da Pensilvânia, onde um grande júri identificou em outro relatório 300 supostos padres pedófilos com 1.000 vítimas.
O procurador-geral do estado, Josh Shapiro, destacou que a investigação do grande júri detalha "um acobertamento sistemático por altos cargos da Igreja na Pensilvânia e no Vaticano".
As alegações também atingiram com especial virulência as arquidiocese de Boston e de Nova York, cujo cardeal, Timothy Dolan, teve que depor em 2013 dentro de investigações de abusos sexuais atribuídos a sacerdotes.
Em 2007 a Igreja católica americana indenizou com US$ 660 milhões, após alcançar um acordo extrajudicial, mais de 500 vítimas.
No seu relatório, Madigan conclui que as dioceses católicas de Illinois são incapazes de investigar a si mesmas e que "não solucionarão sozinhas a crise de abusos sexuais do seu clero".