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Iêmen: presidente se agarra ao poder

Saleh acusou os radicais islâmicos e a oposição parlamentar de terem provocado a escassez de gás e combustível no país

Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: Congresso Popular Geral (CPG) do presidente afirmou que sua saída é "inaceitável" (Mohammad Huwais/AFP)

Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: Congresso Popular Geral (CPG) do presidente afirmou que sua saída é "inaceitável" (Mohammad Huwais/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2011 às 15h26.

Iêmen - O presidente iemenita, Ali Abdallah Saleh, reiterou neste sábado sua intenção de não abandonar o poder, quase dois meses após o início de uma revolta popular que exige com insistência a sua renúncia.

"Ainda estamos aqui, sólidos como uma rocha, e não nos farão tremer com os acontecimentos", declarou Saleh diante de membros de seu partido, sem mostrar nenhum sinal de que pretende jogar a toalha e deixar o cargo que ocupa há 32 anos.

"Nosso povo superou muitos obstáculos no passado, e sairá mais forte desta provação", acrescentou Saleh, que na semana passada amargou a deserção de militares, religiosos e clãs tribais, que decidiram passar para o lado dos manifestantes.

Saleh acusou os radicais islâmicos e a oposição parlamentar de terem provocado a escassez de gás e combustível no país "ao bloquear as estradas", atribuindo a eles também os problemas eletricidade.

O Congresso Popular Geral (CPG) do presidente Saleh afirmou que sua saída é "inaceitável".

Na sexta-feira, o presidente disse que pretende resistir à pressão das ruas e de seus opositores.

Tarek al Chami, porta-voz do CPG, disse à AFP que "o poder continuará até que o povo vote através de eleições, o único meio para uma trasição pacífica do governo".

O CPG também acusou a organização islamita Al Islah de instigar os protestos.

O comitê político do CPG, reunido na noite de sexta-feira em Sanaa sob a presidência de Saleh, "examinou as posições obstinadas do partido Al Islah e de seus aliados (...), que fecharam a porta para o diálogo e buscaram a escalada" de violência.

Entre estes aliados, o comitê cita os partidos da oposição parlamentar, a rebelião xiita do norte do Iêmen e a rede Al-Qaeda, segundo uma ata da reunião publivada pela agência oficial SABA.

A manifestação de apoio ao presidente Saleh, organizada na capital iemenita na sexta-feira para se contrapor às passeatas do movimento pró-democracia, expressou sua "lealdade à legalidade constitucional", indicou o comitê político.


E, ainda de acordo com o partido presidencial, esta manifestação de apoio teria contado com a participação de três milhões de pessoas - embora, segundo a imprensa estrangeira que cobria o evento, houvesse apenas algumas milhares.

Cada vez mais isolado, Saleh afirmou na sexta-feira que não cederá o poder aos opositores, a quem chamou de "aventureiros" e "conspiradores".

Uma tentativa de reconciliação entre Saleh e o general Mohsen Ali al Ahmar, homem forte do exército iemenita que se somou ao movimento contra o regime, fracassou.

Ainda neste sábado, seis supostos membros da rede terrorista Al-Qaeda teriam sido mortos em um confronto com o exército do Iêmen na província de Abyan, no sul, segundo uma fonte dos serviços de segurança.

"Ativistas da Al-Qaeda lançaram neste sábado um ataque armado contra a unidade militar que protegia uma central eléctrica em Loder. Os militares responderam matando seis agressores", declarou esta fonte à AFP, sob anonimato.

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