Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, e seu antecessor no cargo, Luiz Sérgio (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2011 às 20h33.
Brasília - Se os líderes da base aliada já tinham resistências em relação à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o clima piorou hoje. Reunidos em um almoço, aliados criticaram a ausência de Ideli. Em contraste com a falta da nova coordenadora política do governo, o ex-ministro da pasta Luiz Sérgio, presente no encontro, foi aplaudido pelos líderes.
O ex-ministro de Relações Institucionais e atual ministro da Pesca sempre participou das reuniões dos líderes da base aliada realizadas durante almoço às terças-feiras. Hoje, ele agradeceu o apoio que recebeu dos líderes. "A ministra tem de entender que o Legislativo não é o Senado. Se ela acha que o Legislativo é o Senado, está enganada", disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), segundo relato de líderes presentes.
O anfitrião do almoço saiu em socorro da ministra. O líder do PR deputado Lincoln Portela (MG), lembrou que a ministra foi chamada pela presidente Dilma Rousseff para participar de um almoço, no mesmo horário, no Palácio da Alvorada, com a bancada do PR no Senado. "Ela não poderia deixar de atender ao convite da presidente. Precisamos ver o outro lado da moeda", justificou Portela.
Para contornar as críticas e o mal-estar, o braço direito de Luiz Sérgio no ministério de Relações Institucionais, Claudio Antonio Vignatti, que acompanhou o ex-ministro no almoço com os líderes, telefonou para Ideli. Um encontro está sendo agendado ainda para hoje, mas não está definido se a ministra irá à liderança da Câmara ou se os líderes da base serão recebidos por ela no Palácio do Planalto.
Agenda espinhosa
Os líderes da base reunidos hoje manifestaram a decisão de votar em breve dois assuntos espinhosos para o governo: a proposta de emenda constitucional que cria um piso salarial nacional para os policiais civis, militares e bombeiros; e a regulamentação dos gastos com a saúde definidos pela emenda constitucional 29. Os deputados querem votar o projeto sem a criação de uma nova CPMF, mas o governo tem evitado a volta do projeto ao plenário porque teme ter de gastar mais com o setor.