Hungria investe € 123 milhões em nova cerca contra refugiados
Esta segunda cerca, planejada a princípio para ser instalada apenas na fronteira com a Sérvia, será equipada com câmeras de vigilância e termográficas
EFE
Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 11h39.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 22h34.
Budapeste - A Hungria já começou a construção de uma nova cerca na fronteira com a Sérvia para impedir a entrada de refugiados , um projeto que custará 123 milhões de euros, anunciaram nesta segunda-feira fontes do governo húngaro.
"Este sistema reduz para quase zero o número de cruzamentos ilegais da fronteira" explicou György Bakondi, assessor de Segurança do primeiro-ministro Viktor Orban, em uma entrevista ao jornal "Magyarhirlap".
Esta segunda cerca, planejada a princípio para ser instalada apenas na fronteira com a Sérvia, será equipada com câmeras de vigilância e termográficas e dispõe, a cada 15 centímetros, de sensores que ativam um alarme quando a cerca é tocada.
O custo desta segunda cerca inclui a ampliação dos centros de internamento onde o governo planeja colocar as pessoas que entrarem no país durante todo o tempo que durar a tramitação de seus pedidos de asilo.
O parlamento húngaro está debatendo uma emenda legal proposta pelo governo para poder manter os refugiados sob custódia enquanto estes esperam uma resposta a seu pedido de asilo.
Tanto a Human Rights Watch (HRW) como o Comitê de Helsinque em favor dos direitos humanos pediram hoje à Comissão Europeia que intervenha para evitar essa mudança na legislação.
"A Comissão Europeia não deveria ficar à margem enquanto a Hungria viola o direito à solicitação de asilo", disse em comunicado Benjamin Ward, subdiretor da divisão da Europa e da Ásia Central da HRW.
São várias as ONGs que denunciaram o tratamento "desumano" que os refugiados recebem na fronteira entre Hungria e Sérvia.
A Hungria instalou em 2015 um sistema de cercas e alambrados para deter o fluxo de refugiados, em um momento no qual milhares de pessoas que fugiam da guerra e da miséria cruzavam seu território a caminho de países mais ricos, como Alemanha e Suécia.
Orban é um dos chefes de governo da União Europeia que mais duramente se opõem à imigração e chegou a vincular os refugiados com o terrorismo.