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Hollande prepara governo tendo à frente intensa semana

O presidente eleito da França se reunirá com Angela Merkel e Barack Obama e participará das cúpulas do G8 e da Otan

Hollande, que durante toda a sua campanha disse que seria um "presidente normal", esforçou-se nos últimos dias para se colocar em contato com os franceses (Jean-Pierre Muller/AFP)

Hollande, que durante toda a sua campanha disse que seria um "presidente normal", esforçou-se nos últimos dias para se colocar em contato com os franceses (Jean-Pierre Muller/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 10h35.

Paris - O presidente eleito da França, François Hollande, preparava nesta segunda-feira a formação de seu governo, antes de assumir o cargo na terça-feira, e da intensa primeira semana internacional de seu mandato, durante a qual se reunirá com Angela Merkel e Barack Obama e participará das cúpulas do G8 e da Otan.

Eleito no dia 6 de maio com 51,6% dos votos, Hollande prepara em sua residência de Paris a posse no Palácio presidencial do Eliseu, na terça-feira, e a formação de seu governo. Nesta segunda participará pela última vez do Conselho Nacional do Partido Socialista.

Não há muitas pistas sobre o nome do futuro primeiro-ministro, embora a imprensa cite várias personalidades do PS como Jean-Marc Ayrault, presidente da bancada de deputados socialistas, Martine Aubry, primeira secretária do partido, e o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius.

A transferência de poderes de Nicolas Sarkozy para François Hollande será realizada na terça-feira pela manhã. Os dois homens terão uma reunião a portas fechadas durante a qual o atual presidente indica ao novo chefe de Estado dos procedimentos relativos ao armamento nuclear.

Após a cerimônia de posse, Hollande pronunciará seu primeiro discurso como presidente e percorrerá depois a avenida Champs Élysées em um carro conversível.

Como gesto simbólico de início de mandato, uma tradição na França, Hollande escolheu prestar homenagem a Jules Ferry, um dos grandes nomes da esquerda e artífice no país da escola pública gratuita e obrigatória, e à cientista Marie Curie, ganhadora do prêmio Nobel de Química e de Física no início do século XX.

François Hollande, que durante toda a sua campanha disse que seria um "presidente normal", esforçou-se nos últimos dias para se colocar em contato com os franceses, e continuou cumprimentando os transeuntes, apesar do forte esquema de segurança em torno de um mandatário.


Depois da cerimônia de posse, ele anunciará já na terça-feira o nome de seu primeiro-ministro, que apresentará na quarta-feira a composição do governo.

O chefe de governo terá a missão de comandar a campanha pelas eleições legislativas previstas para os dias 10 e 17 de junho.

Logo depois da posse, Hollande abordará um tema essencial da nova presidência, o crescimento da União Europeia em crise, reunindo-se à tarde em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, contrária à renegociação do tratado fiscal europeu que Hollande transformou em um dos cavalos de batalha de sua candidatura.

Apesar de se opor a uma renegociação, Merkel se disse otimista e confiante em uma relação "estável" com a França, enquanto seu ministro das Finanças, Wolfgang Schauble, assegurou que o crescimento e o saneamento orçamentário não são contraditórios.

No domingo, o porta-voz do PS francês, Benoît Hamon , exortou Merkel a compreender que ela "não pode decidir sozinha o destino da Europa".

Segundo o deputado socialista Henri Emmanuelli, François Hollande e Angela Merkel "buscarão um compromisso".

As negociações sobre a reativação econômica, defendida por François Hollande, e o rigor orçamentário, no qual insiste Angela Merkel, "não vão terminar em 24 horas", considerou Emmanuelli, advertindo que "isto vai levar tempo".

Depois de Berlim, Hollande viajará aos Estados Unidos, onde terá sua primeira reunião com o presidente Barack Obama, a cúpula do G8 em Camp David (sexta-feira e sábado) e a da Otan em Chicago (domingo e segunda).

Hollande abordará com o presidente americano sua decisão de retirar as tropas combatentes francesas do Afeganistão antes do final do ano.

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