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Hollande considera "libertada" parte do território do Mali

Hollande disse, no entanto, que ainda é preciso prosseguir os trabalhos de restabelecimento da segurança do território


	Um comboio do exército francês em Mali: amanhã começa formalmente o programa europeu de formação do exército do Mali, no qual vão estar envolvidos cerca de 500 instrutores de vários países da UE.
 (AFP / Pascal Guyot)

Um comboio do exército francês em Mali: amanhã começa formalmente o programa europeu de formação do exército do Mali, no qual vão estar envolvidos cerca de 500 instrutores de vários países da UE. (AFP / Pascal Guyot)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2013 às 14h45.

Paris - O presidente da França, François Hollande, afirmou nesta segunda-feira que a parte "essencial do território do Mali foi libertada" e que "nenhuma cidade está ocupada pelos grupos terroristas", o que cumpre o primeiro objetivo da operação francesa no país africano um mês após seu início.

Hollande, que recebeu hoje o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, disse no entanto que ainda é preciso prosseguir os trabalhos de restabelecimento da segurança do território porque "ainda há grupos que põem em risco a vida nesse país".

O presidente francês destacou que a passagem de comando por parte das tropas de seu país às forças africanas, segundo principal objetivo, está em andamento, e destacou que, atualmente, "já há mais soldados africanos não malineses no Mali do que franceses".

Apesar destas duas conquistas, Hollande explicou que a missão "não está terminada", porque ainda é preciso fazer esforços para a segurança do país.

Neste sentido, o presidente francês disse que persistem no norte do Mali grupos que sobreviveram à ofensiva franco-malinesa e que podem realizar "atentados terroristas" ou "operações de guerrilha".

A cidade de Gao voltou a ser, na madrugada, cenário de explosões, bombardeios e disparos, depois dos enfrentamentos que se sucederam ontem durante horas nessa cidade entre rebeldes e as tropas do Mali e da França.


"Temos que prosseguir com a segurança do território do Mali. Temos que evitar que os grupos terroristas se escondam. No extremo norte do país, é preciso localizar alguns comandos terroristas e seus chefes", declarou Hollande.

O presidente disse que está pendente também a questão dos reféns franceses sequestrados por grupos jihadistas no Sahel, mas se refugiou na "prudência" para não dar detalhes sobre este caso.

Hollande afirmou que a segurança do Mali é "essencial" para poder entrar na etapa seguinte, que passa pela realização de eleições presidenciais no país, para as quais é preciso que "os cidadãos tenham a certeza de poder votar em liberdade".

No campo de batalha, os militares franceses e seus veículos blindados ajudaram os malineses no confronto com combatentes do grupo Monoteísmo e Jihad na África do Oeste, que tinham se infiltrado na maior cidade do norte do país e cuja região está longe de ter ficado pacificada.

O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, insistiu que durante o mês de reconquista do território "houve um avanço considerável" em matéria de segurança, mas reconheceu que a situação não está garantida, e embora não estejam previstos contra-ataques "maciços" dos grupos fundamentalistas, "pode haver ações individuais".

Nesse contexto semeado de perigos, Fabius reiterou ontem em entrevista que experiências como a do Afeganistão mostram que "o objetivo da operação tem que estar claro, e o tempo da intervenção não pode ser infinito".


Em paralelo, amanhã começa formalmente o programa europeu de formação do exército do Mali, no qual vão estar envolvidos cerca de 500 instrutores de vários países da União Europeia.

Em um mês de intervenção, as tropas francesas, com o apoio inestimável de bombardeios aéreos, foram progressivamente tomando as cidades do norte, que eram abandonadas, sem combate aberto, pelos grupos que, como a Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) aplicavam nestes locais a "Sharia" (lei islâmica).

Após Timbuktu, Gao e Kidal, as tropas francesas assumiram na sexta-feira passada o controle de Tessalit, aos pés do maciço do Ifoghas e onde se supõe que estejam escondidos os grupos mais determinados e também os que retêm os reféns franceses.

A operação militar custa à França uma média de 2,7 milhões de euros por dia e, como o próprio governo reconheceu, pôs em evidência uma série de carências em seu equipamento, sobretudo em "drones" (aviões não tripulados) para patrulhar um território tão extenso, mas também em aeronaves de transporte para o envio de homens e material e aviões de abastecimento em voo. 

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