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Hillary se livra de nova polêmica com e-mails antes das eleições

No domingo, o FBI anunciou que não vai denunciar Hillary Clinton pelos e-mails trocados quando ela era secretária de Estado

Hillary Clinton: decisão do FBI foi a mesma tomada em julho, quando o escândalo dos e-mails veio à tona pela primeira vez (Brian Snyder/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 06h55.

O FBI descartou neste domingo apresentar qualquer acusação formal contra a candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton pelos e-mails trocados quando era secretária de Estado, deixando-a livre para voltar a focar na campanha, faltando pouco mais de um dia para as eleições presidenciais de terça-feira.

"Nós nos alegramos de que este assunto tenha sido resolvido", disse a jornalistas Jennifer Palmieri, encarregada de comunicações da campanha de Hillary, pouco após ser conhecida a decisão da polícia federal americana.

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Em carta destinada a vários legisladores, o diretor do FBI, James Comey, informou que a revisão de novos e-mails encontrados há uma semana não modificou a decisão que a entidade tomou em julho deste ano de não apresentar acusações formais contra Hillary por este episódio.

"Com base na nossa revisão, não modificamos as conclusões que já expressamos em julho com relação à (ex) secretária Clinton", comunicou Comey ao grupo de legisladores, referindo-se a uma decisão já adotada este ano.

Em 28 de outubro, em carta similar ao mesmo grupo de parlamentares, Comey provocou um verdadeiro terremoto político em plena campanha, ao anunciar que o FBI tinha encontrado novos e-mails e que os peritos investigariam se os mesmos haviam passado pelo servidor privado que Hillary manteve quando foi secretária de Estado.

O anúncio literalmente caiu como uma bomba e obrigou Hillary e sua equipe a passar vários dias dando explicações sobre um escândalo que parecia ter sido superado.

Pouco depois da divulgação da carta de Comey, a coordenadora da campanha de Trump, Kellyanne Conway, disse que "nada mudou" e que, em sua avaliação, Hillary continua sendo uma candidata pouco confiável.

Uma investigação "mal administrada"

Na visão de Conway, a investigação que o FBI fez sobre o escândalo dos e-mails de Hillary foi "mal administrada desde o início".

Um autêntico peso-pesado do Partido Republicano e eleitor de Trump, Newt Gingrich, expressou na rede social Twitter que "Comey deve estar sob uma pressão política enorme para se render desta forma e anunciar algo que não tem como saber".

Neste domingo, Hillary fez um ato de campanha em Cleveland, Ohio, mas não fez referência à carta de Comey ou ao desfecho da nova polêmica sobre os e-mails.

"Há forças poderosas, dentro e fora do país, que ameaçam nos separar. Chegamos a um momento decisivo nesta eleição. Nossos valores estão sendo postos à prova", disse.

Neste domingo, durante ato de campanha em Minnesota, Trump voltou a carga contra a classe política em geral, e alegou que Hillary enfrentaria "investigações por muito, muito tempo".

Trump não deixou claro se tinha conhecimento da carta enviada por Comey este domingo aos legisladores, mas alertou seus eleitores: "devem entender que este é um sistema cheio de armadilhas e que ela (Hillary) está protegida".

O surgimento desta nova crise, há pouco mais de uma semana, coincidiu com uma mudança visível na tendência geral das pesquisas, que passaram a mostrar uma queda nos níveis de intenção de voto para Hillary e um fortalecimento progressivo do candidato conservador Donald Trump.

Possivelmente será impossível medir o impacto que esta polêmica poderá ter na campanha, mas neste último fim de semana antes das eleições de terça-feira, as pesquisas passaram a mostrar Hillary à frente de Trump com uma vantagem mínima.

Uma consulta realizada pela rede NBC e o jornal Wall Street Journal, divulgada neste domingo, atribui a Hillary uma vantagem de quatro pontos percentuais em nível nacional (44% a 40%), em uma pesquisa que inclui os outros dois candidatos minoritários na disputa.

Situação ainda "vulnerável"

O especialista em pesquisas Nate Silver, do site especializado FiveThirtyEight, apontou que "se você tiver apenas 44% dos votos, isso significa que de alguma forma está vulnerável na maioria das regiões que ainda estão indefinidas".

Em resumo, acrescentou, faltando menos de dois dias para as eleições, "preferiria estar no lugar de Hillary do que no de Trump, mas não é uma posição extraordinariamente segura".

No fim de semana, Hillary e Trump imprimiram um ritmo frenético à sua agenda, concentrada nos estados onde as consultas não indicam um claro favorito.

Entre domingo e segunda, Trump pretende realizar paradas em Iowa, Minnesota, Michigan, Pensilvânia, Flórida, Carolina do Norte e New Hampshire, estados considerados fundamentais para conseguir a vitória na terça-feira.

A ex-secretária de Estado, que no sábado obteve o apoio de estrelas como Beyoncé e Katy Perry, anunciou também que o lendário roqueiro Bruce Springsteen também estará ao lado dela no palanque na segunda-feira, véspera das eleições.

O ritmo frenético das duas campanhas é reflexo deste cenário, muito mais disputado do que Hillary e Trump querem admitir.

A disputa acirrada convenceu a equipe da ex-secretária de Estado a encerrar a campanha na segunda-feira com as cartas mais pesadas que tem na manga: ela levará ao palanque seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, acompanhado do atual presidente, Barack Obama, e sua extraordinariamente popular esposa Michelle.

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