Mesmo com elogios, Hillary reconheceu que o relacionamento de Washington com Islamabad às vezes é complicado (Giorgio Cosulich/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2011 às 12h07.
Roma - A relação dos EUA com o Paquistão nem sempre é fácil, mas tem sido produtiva para os dois lados, disse a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, nesta quinta-feira, depois que a morte de Osama bin Laden levantou dúvidas sobre a aliança.
A descoberta de que o líder da Al Qaeda conseguiu viver durante anos na cidade de Abbottabad, que sedia uma academia militar, ao norte da capital paquistanesa fez muitos nos Estados Unidos se perguntarem se o Paquistão é um aliado confiável contra militantes.
Hillary reconheceu que o relacionamento de Washington com Islamabad às vezes é complicado, mas disse ainda ser importante.
"Nem sempre é uma relação fácil, vocês sabem", disse Hillary em Roma, na véspera de uma reunião da coalizão apoiada pela Otan contra o líder líbio Muammar Kadafi.
"Mas por outro lado ela é produtiva para os dois países e vamos continuar a cooperar entre nossos governos, nossos militares, nossas agências de aplicação da lei, mas mais importante, entre o povo norte-americano e o paquistanês."
Autoridades paquistanesas dizem estar comprometidas com o combate ao extremismo e que o Paquistão sofreu nas mãos de militantes tanto quanto qualquer outro país.
Hillary não quis comentar os detalhes da operação das forças especiais na qual Bin Laden foi morto no Paquistão no domingo. Autoridades dos EUA afirmaram que Bin Laden estava armado, porém mais tarde disseram que não estava, despertando preocupações entre alguns europeus sobre a legalidade do assassinato.
Levantes contra governantes autoritários no Oriente Médio e no norte da África mostraram que as ideias de Bin Laden estão sendo rejeitadas, disse Hillary.
"Sua ideologia de ódio e violência felizmente está sendo rejeitada no que estamos vendo no Oriente Médio e no norte da África, já que a maioria das pessoas está protestando pacificamente por um futuro melhor."
Em uma coletiva de imprensa conjunta com Hillary após uma conversa no café da manhã, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse também ter discutido sanções contra o governo sírio por causa da repressão violenta aos protestos.
Entre as possíveis sanções estão a suspensão das conversas de cooperação com a União Europeia e restrições de viagens de funcionários sírios.
Hillary expressou profunda preocupação com a situação na Síria e disse que o presidente Bashar al-Assad deve interromper a violência contra seu próprio povo.