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Heroína ressurge nos EUA devido a baixo custo e fácil acesso

Mortes relacionadas à heroína deram um salto de 84 por cento na cidade de Nova York de 2010 a 2012

Usuário de heroína: quantidade de usuários de heroína que buscam ajuda em um centro de tratamento de Long Island, Nova York, chegou a 767 em janeiro (Paula Bronstein/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 22h27.

Nova York/Washington - A heroína, suspeita de matar o ator Philip Seymour Hoffman no fim de semana passado, era há anos uma droga esquecida, preterida pelo abuso de analgésicos vendidos com receita.

Agora ela voltou, e de modo impactante.

As mortes relacionadas à heroína deram um salto de 84 por cento na cidade de Nova York de 2010 a 2012, de acordo com um relatório de setembro de 2013. Além disso, a quantidade de usuários de heroína que buscam ajuda em um centro de tratamento de Long Island, Nova York, chegou a 767 em janeiro, muito acima da média mensal de 100 usuários há apenas cinco anos. Funcionários na Pensilvânia, em Vermont e em Ohio informam aumentos semelhantes.

Enquanto as zonas pobres das cidades há muito lutam contra a heroína, os responsáveis pelo cumprimento da lei dizem que observam cada vez mais convulsões nas zonas suburbanas, e que em algumas comunidades a taxa mais alta de mortes por overdose está entre os usuários mais velhos, de 45 a 54 anos. Há muito tempo essa faixa etária está relacionada ao abuso de analgésicos vendidos com receita. No entanto, é possível que a dinâmica esteja mudando devido a novas leis federais que reduziram o acesso a esses medicamentos.

“Como as pessoas têm cada vez menos acesso a opiáceos vendidos com receita, a heroína é a alternativa mais viável”, disse Sharon Stancliff, diretora médica do escritório de advocacia Harm Reduction Coalition, com sede em Nova York.

Hoffman, 46, vencedor do Oscar por sua atuação como Truman Capote em 2005, foi encontrado com uma agulha no braço no banheiro do seu apartamento, na cidade de Nova York, em 2 de fevereiro, segundo a polícia. O médico legista supõe que a morte deveu-se a uma overdose de drogas.

Abstinência forçada

“A teoria, bem demonstrada com Philip Seymour Hoffman, é que após um período de abstinência forçada na reabilitação ou um período de sobriedade, a química do corpo muda, e a pessoa não consegue lidar com isso”, disse Jeffrey Reynolds, diretor executivo do Conselho de Alcoolismo e Dependência de Drogas de Long Island.


Hoje a heroína é mais barata e mais fácil de conseguir do que os analgésicos vendidos com receita, cujo uso foi limitado por leis federais e estaduais que restringem o acesso a médicos e pacientes. Um papelote de heroína custa cerca de US$ 10 em Long Island e a quantidade equivalente de Vicodin custa US$ 30, disse Reynolds.

“Ao cortar o fornecimento e não lidar com a demanda, as pessoas vão buscar heroína”, disse ele pelo telefone.

Nos Estados Unidos, o uso de heroína aumentou 79 por cento de 2007 a 2012 e 669.000 pessoas disseram ter usado a droga, de acordo com uma pesquisa nacional publicada em 2013 sobre saúde e uso de drogas.

A taxa de mortes relacionadas à heroína entre os nova-iorquinos aumentou de 3,1 para 5,7 a cada 100.000 de 2010 a 2012, de acordo com o relatório de setembro do Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade de Nova York.

Droga de rua

Como a heroína é uma droga de rua, os usuários não têm como saber a concentração do que compram e arriscam-se a overdoses. O tratamento de emergência para a overdose inclui a droga Naloxona, que é injetada ou administrada pelo nariz. A Naloxona neutraliza a depressão do sistema nervoso central, que provoca o risco de vida, e a do sistema respiratório, que conduz à morte.

A repressão ao abuso de medicamentos vendidos com receita no país é outro fator que impulsiona o aumento do uso de heroína, disse Reynolds. A Câmara Legislativa de Nova York sancionou uma lei em junho de 2012, conhecida como I-STOP, que cria uma base de dados digital para que médicos e farmacêuticos rastreiem a prescrição de narcóticos.

“Alguns médicos que traficavam drogas foram retirados das ruas, e os pacientes estão sendo mandados embora dos consultórios”, disse Reynolds. Ele apoia a legislação para restringir a disponibilidade de opiáceos vendidos com receita, mas diz que ainda não é suficiente.

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Nova York/Washington - A heroína, suspeita de matar o ator Philip Seymour Hoffman no fim de semana passado, era há anos uma droga esquecida, preterida pelo abuso de analgésicos vendidos com receita.

Agora ela voltou, e de modo impactante.

As mortes relacionadas à heroína deram um salto de 84 por cento na cidade de Nova York de 2010 a 2012, de acordo com um relatório de setembro de 2013. Além disso, a quantidade de usuários de heroína que buscam ajuda em um centro de tratamento de Long Island, Nova York, chegou a 767 em janeiro, muito acima da média mensal de 100 usuários há apenas cinco anos. Funcionários na Pensilvânia, em Vermont e em Ohio informam aumentos semelhantes.

Enquanto as zonas pobres das cidades há muito lutam contra a heroína, os responsáveis pelo cumprimento da lei dizem que observam cada vez mais convulsões nas zonas suburbanas, e que em algumas comunidades a taxa mais alta de mortes por overdose está entre os usuários mais velhos, de 45 a 54 anos. Há muito tempo essa faixa etária está relacionada ao abuso de analgésicos vendidos com receita. No entanto, é possível que a dinâmica esteja mudando devido a novas leis federais que reduziram o acesso a esses medicamentos.

“Como as pessoas têm cada vez menos acesso a opiáceos vendidos com receita, a heroína é a alternativa mais viável”, disse Sharon Stancliff, diretora médica do escritório de advocacia Harm Reduction Coalition, com sede em Nova York.

Hoffman, 46, vencedor do Oscar por sua atuação como Truman Capote em 2005, foi encontrado com uma agulha no braço no banheiro do seu apartamento, na cidade de Nova York, em 2 de fevereiro, segundo a polícia. O médico legista supõe que a morte deveu-se a uma overdose de drogas.

Abstinência forçada

“A teoria, bem demonstrada com Philip Seymour Hoffman, é que após um período de abstinência forçada na reabilitação ou um período de sobriedade, a química do corpo muda, e a pessoa não consegue lidar com isso”, disse Jeffrey Reynolds, diretor executivo do Conselho de Alcoolismo e Dependência de Drogas de Long Island.


Hoje a heroína é mais barata e mais fácil de conseguir do que os analgésicos vendidos com receita, cujo uso foi limitado por leis federais e estaduais que restringem o acesso a médicos e pacientes. Um papelote de heroína custa cerca de US$ 10 em Long Island e a quantidade equivalente de Vicodin custa US$ 30, disse Reynolds.

“Ao cortar o fornecimento e não lidar com a demanda, as pessoas vão buscar heroína”, disse ele pelo telefone.

Nos Estados Unidos, o uso de heroína aumentou 79 por cento de 2007 a 2012 e 669.000 pessoas disseram ter usado a droga, de acordo com uma pesquisa nacional publicada em 2013 sobre saúde e uso de drogas.

A taxa de mortes relacionadas à heroína entre os nova-iorquinos aumentou de 3,1 para 5,7 a cada 100.000 de 2010 a 2012, de acordo com o relatório de setembro do Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade de Nova York.

Droga de rua

Como a heroína é uma droga de rua, os usuários não têm como saber a concentração do que compram e arriscam-se a overdoses. O tratamento de emergência para a overdose inclui a droga Naloxona, que é injetada ou administrada pelo nariz. A Naloxona neutraliza a depressão do sistema nervoso central, que provoca o risco de vida, e a do sistema respiratório, que conduz à morte.

A repressão ao abuso de medicamentos vendidos com receita no país é outro fator que impulsiona o aumento do uso de heroína, disse Reynolds. A Câmara Legislativa de Nova York sancionou uma lei em junho de 2012, conhecida como I-STOP, que cria uma base de dados digital para que médicos e farmacêuticos rastreiem a prescrição de narcóticos.

“Alguns médicos que traficavam drogas foram retirados das ruas, e os pacientes estão sendo mandados embora dos consultórios”, disse Reynolds. Ele apoia a legislação para restringir a disponibilidade de opiáceos vendidos com receita, mas diz que ainda não é suficiente.

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