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Vanessa Barbosa
Publicado em 4 de maio de 2018 às 11h13.
São Paulo - No dia 1º de maio, o Havaí fez história ao aprovar uma lei que proíbe a venda de protetores solares que contenham substâncias potencialmente nocivas aos recifes de corais, um dos ecossistemas marinhos mais ricos e delicados do mundo.
A lei, que entra em vigor em janeiro de 2021, se aplica aos protetores solares disponíveis no mercado que contêm duas substâncias químicas — a oxibenzona e o octinoxato.
Estudos científicos realizados em laboratório associam essas substâncias a problemas de reprodução de corais e ao seu branqueamento, o que os deixa enfraquecidos, e com o tempo, leva à morte (fenômeno que também é desencadeado com o aquecimento das águas pelas mudanças climáticas).
Esses filtros químicos são liberados da pele a medida que as pessoas mergulham, nadam, surfam ou mergulham no mar.
Em 2016, uma equipe de cientistas americanos relatou que essas substâncias poderiam interromper o crescimento de corais, e que a oxibenzona, em particular, é tóxica para sete espécies.
Estima-se que, por ano, nada menos do que 14 mil toneladas de filtro solar são depositados nos oceanos, com principais danos observados em áreas populares de corais no Havaí e no Caribe, relata o jornal The New York Times.
Além dos compostos químicos desses produtos, os corais da região também enfrentam outras ameaças a sua integridade, como os efeitos cada vez mais intensos do El Niño, poluentes liberados pelo descarte ilegal de esgoto e a lixiviação de resíduos agrícolas.