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Hamas enforca três homens acusados de colaborar com Israel

Os enforcamentos aconteceram em um contexto de pedidos de vingança após o misterioso assassinato de um de seus comandantes

Combatentes: o Hamas prometeu punir os palestinos considerados culpados de colaboração com Israel (Mohammed Salem/Reuters)
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AFP

Publicado em 6 de abril de 2017 às 09h51.

Última atualização em 6 de abril de 2017 às 09h54.

O Hamas , que governa a Faixa de Gaza, cumpriu nesta quinta-feira a promessa de represálias após o misterioso assassinato de um de seus comandantes e executou três homens acusados de colaborar com Israel, grande inimigo do movimento radical palestino.

Os três homens foram enforcados em uma área de treinamento dentro de um complexo da polícia.

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Esta foi a primeira execução coletiva no território desde 2014. Os enforcamentos aconteceram em um contexto de pedidos de vingança por parte do Hamas, após o misterioso assassinato de um de seus comandantes em 24 de março em Gaza.

O movimento radical palestino acusa Israel pelo assassinato.

Os homens executados nesta quinta-feira não haviam sido acusados pela morte de Mazen Faqha, e sim por atos anteriores. Mas o Hamas prometeu, após o assassinato de seu comandante, punir os palestinos considerados culpados de colaboração com Israel.

O procurador-geral Ismail Khaber havia anunciado na quarta-feira execuções de colaboracionistas nos próximos dias.

Os três homens executados tinham 55, 42 e 32 anos, de acordo com o ministério do Interior de Gaza, que divulgou apenas as iniciais dos réus.

Acusado de traição e colaboracionismo, o trio foi condenado à morte pela justiça militar.

De acordo com o ministério, os atos de "colaboracionismo" de um deles remontam a 1987. Os três homens foram acusados, especialmente, de repassar a Israel informações que permitiram ataques a posições dos grupos palestinos armados.

As informações sobre inquéritos do tipo são marcadas pelo máximo sigilo na Faixa de Gaza e as condições dos julgamentos não são divulgadas.

O ministério do Interior não vinculou os três homens à morte de Mazen Faqha.

O Hamas não divulgou nenhuma informação precisa que permita ao grupo acusar Israel pela morte de Faqha. Para analistas, existem outras pistas plausíveis, como as lutas internas dentro do movimento e até mesmo um ajuste de contas de salafistas rivais do Hamas.

Israel, no entanto, é um suspeito designado. O Hamas e o Estado hebreu já protagonizaram três guerras na Faixa de Gaza desde que o movimento islamita retomou o controle do território após uma guerra civil em 2007.

O governo israelense impõe há uma década um rigoroso bloqueio ao território, que o Hamas governa sem concessões.

Israel já matou vários dirigentes do Hamas e acusava Mazen Faqha de ser o cérebro de vários atentados suicidas cometidos durante a segunda Intifada (2000-2005).

Faqha, que tinha 38 anos, supervisionava as células do braço armado do Hamas no norte da Cisjordânia, território palestino separado geograficamente de Gaza por Israel e ocupado pelo exército israelense.

O ministro israelense da Defesa, Avigdor Lieberman, negou as acusações do Hamas sobre a morte de Faqha, dando a entender que este pode ter sido vítima de uma disputa interna do grupo.

O assassinato de Faqha coincide com a ascensão à frente do Hamas na Faixa de Gaza de Yahya Sinouar, o que marca o avanço dos militares ante os políticos dentro do grupo palestino.

Israel e Hamas mantêm, desde o último confronto em 2014, um cessar-fogo tenso e instável nos dois lados da fronteira.

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