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Hamas afirma que votação na ONU é 'duro golpe' e fracasso

Para grupo, rejeição do Conselho de Segurança à resolução apresentada ontem pelos palestinos é um 'fracasso' do presidente Mahmoud Abbas


	Palestina: Para dirigente, é hora de 'reconstruir a casa palestina' em nível interno, de reorganizar a Organização para a Libertação da Palestina e que os palestinos estejam 'unidos'
 (Abbas Momani/AFP)

Palestina: Para dirigente, é hora de 'reconstruir a casa palestina' em nível interno, de reorganizar a Organização para a Libertação da Palestina e que os palestinos estejam 'unidos' (Abbas Momani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 11h20.

Gaza - O movimento islamita Hamas, que governa na Faixa de Gaza, considerou nesta quarta-feira que a rejeição do Conselho de Segurança à resolução apresentada ontem pelos palestinos é um 'fracasso' do presidente Mahmoud Abbas, que agora deveria se concentrar em avançar no acordo de reconciliação.

Musher al-Masri, um dos dirigentes do movimento islamita, disse à Agência Efe que o fracasso votação é 'um duro golpe para os palestinos'.

'O que é preciso agora é que Abbas se comprometa com o acordo de reconciliação e volte à cidade', disse ao se referir ao processo que ambos os movimentos iniciaram em abril e que deveria ter conduzido a eleições gerais em sete meses.

Para o dirigente, é hora de 'reconstruir a casa palestina' em nível interno, de reorganizar a Organização para a Libertação da Palestina e que os palestinos estejam 'unidos para enfrentar a ocupação e concordar com uma estratégia de resistência em vez das absurdas negociações' de paz.

O porta-voz Fawzi Barhoom considerou que a rejeição do Conselho de Segurança é um 'fracasso pessoal' do presidente Abbas e de 'sua estratégia para dar fim à ocupação'.

Na terça-feira, o Conselho de Segurança rejeitou por oito votos a favor, dois contra e cinco abstenções uma resolução apresentada pelos palestinos e apadrinhada pelo Grupo Árabe na ONU que pretendia forçar a retirada israelense da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental até o fim de 2017.

Os palestinos precisavam de nove votos para conquistar uma vitória simbólica, pois o resultado era conhecido. Washington havia anunciado horas antes vetaria por considerar que o calendário era 'arbitrário' e a resolução 'não levava em consideração as necessidades de segurança de Israel'.

As reações em ambos os lados não demoraram a chegar. Enquanto Israel expressou sua satisfação, os palestinos estudarão nesta quarta-feira os próximos passos, entre eles o da adesão a mais tratados internacionais.

Em comunicado, a política palestina Hanan Ashrawi qualificou a decisão do Conselho como 'escandalosamente vergonhosa'.

'É irônico que quando a ONU designou 2014 como ano de solidariedade com o povo palestino, a resolução não conseguiu ser aprovada', disse em referência aos países que o impediram.

'O alcance com o qual os EUA protegem a impunidade israelense e suas violações da lei, assim como seu comportamento criminoso, é vergonhoso e perigoso', avaliou. Estados Unidos e Austrália foram os únicos países que votaram contra.

Quanto a Lituânia, Nigéria, Ruanda, Coreia do Sul e Grã-Bretanha, afirmou que sua abstenção 'demonstra a falta de vontade política que têm para responsabilizar Israel por seus atos e fazê-lo se comportar de acordo com a lei e o direito humanitário internacional'.

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