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Terremoto de magnitude 7,2 deixa mais de 300 mortos no Haiti

O tremor foi sentido até em Cuba e na Jamaica e é potencialmente maior do que o terremoto de magnitude 7 de 11 anos atrás

Haiti é atingido por terremoto (Reuters/Reuters)

Haiti é atingido por terremoto (Reuters/Reuters)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 14 de agosto de 2021 às 12h00.

Última atualização em 14 de agosto de 2021 às 20h41.

O terremoto de magnitude 7.2 que atingiu o Haiti neste sábado, 14, já matou pelo menos 304 pessoas e deixou dezenas de feridos, derrubou igrejas, hotéis e casas, segundo o chefe da Defesa Civil do país, Jerry Chandler. Esta é a mais recente tragédia a atingir o pobre país do Caribe envolto em crises humanitária e política.

O terremoto foi seguido por uma série de choques posteriores e teve seu epicentro 8 km ao sul de Petit Trou de Nippes, cidade a cerca de 150 km a oeste da capital Porto Príncipe, e teve uma profundidade de 10 km, afirmou a agência geológica norte-americana Geological Survey. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram centenas de prédios em ruínas, dando uma ideia da destruição.

"Ofereço as minhas condolências aos pais das vítimas deste violento terremoto que causou várias perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos geográficos do país", escreveu o premiê no Twitter. "Mobilizo todos os recursos da minha administração para ajudar as vítimas." Henry, que assumiu o cargo há menos de um mês, declarou estado de emergência por 30 dias.

O tremor foi sentido até em Cuba e na Jamaica e é potencialmente maior do que o terremoto de magnitude 7 de 11 anos atrás, que matou dezenas de milhares de pessoas na nação mais pobre das Américas.

Este - que ocorreu por volta das 8h30, horário local - foi mais longe da capital. Foi sentido em Porto Príncipe, mas não parece que tenha causado grandes danos, segundo testemunhas da Reuters, o que significa que provavelmente haverá menos mortes do que o devastador desastre de 2010.

(REUTERS TV/Reuters)

A maior cidade mais próxima foi Les Cayes, com população de aproximadamente 126.000 pessoas, onde muitos prédios desabaram ou sofreram grandes danos, de acordo com as autoridades, que disseram que estavam procurando sobreviventes nos destroços.

Em Lee Cayes, moradores disseram que houve breves enchentes na cidade costeira. Houve pânico por medo de um tsunami, mas a água teria recuado em seguida. Veículos de imprensa do Haiti relataram que algumas pessoas da região costeira já haviam fugido para áreas mais altas.

O terremoto ocorre em um momento em que o Haiti já está atolado em crises políticas, humanitárias e de segurança. O governo está em crise, um mês após o assassinato do presidente Jovenel Moïse. Há poucos dias, o conselho eleitoral provisório do Haiti adiou o primeiro turno das eleições presidenciais, antes previsto para setembro, para 7 de novembro.

O país ainda enfrenta uma fome crescente e os serviços de saúde estão sobrecarregados pela covid-19. O acesso à região sul, onde ocorreu o terremoto, foi restringido pelo controle de gangues em áreas-chave.

"Este país nunca encontra uma pausa! Cada ano de má gestão não doeu, mas os efeitos cumulativos nos tornaram vulneráveis a tudo", disse o empresário haitiano Marc Alain Boucicault no Twitter. "Vai levar anos para consertar as coisas e ainda nem começamos!".

Há o registro de danos materiais em várias cidades, segundo imagens de testemunhas publicadas em redes sociais. Prédios religiosos, escolas e residências foram danificados no terremoto de acordo com moradores.

"No meu bairro, ouvi pessoas gritando. Elas estavam saltando para fora", disse Sephora Pierre Louis, moradora de Porto Príncipe, acrescentando que ela ainda estava em estado de choque. "Pelo menos eles sabem como sair. Em 2010, não sabiam o que fazer. As pessoas ainda estão na rua."

O tremor também foi sentido no Caribe, onde as pessoas deixaram suas residências com medo de desabamento. "Todos têm muito medo. Há anos que não havia um terremoto tão grande", disse Daniel Ross, residente na cidade de Guantánamo, no Leste de Cuba.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou ajuda "imediata" ao Haiti, disse a Casa Branca. O montante da ajuda não foi divulgado. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse no Twitter que está acompanhando "a mais recente tragédia em curso no Haiti".

Em rede social, o presidente da República Dominicana, Luis Abinader, expressou "consternação" pelo terremoto no país vizinho. "Instruí ao ministro das Relações Exteriores que se comunique com o primeiro-ministro haitiano para facilitar qualquer ajuda dentro das nossas possibilidades", escreveu.

O terremoto deste sábado ocorreu pouco mais de um mês depois que o presidente Jovenel Moise foi assassinado em sua casa por um comando armado, chocando um país que já lutava contra a pobreza, o aumento da violência de gangues e a pandemia.

O juiz de investigação nomeado no dia 2 para liderar a investigação judicial sobre o assassinato de Moise anunciou quatro dias depois que abandonaria o caso.

Com informações do Estadão Conteúdo e Reuters.

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