Gangues afirmaram que ataques em Porto Príncipe tem o objetivo de destituir o premiê Henry
Redação Exame
Publicado em 22 de abril de 2024 às 06h58.
Gangues armadas lançaram novos ataques em partes da capital haitiana, Porto Príncipe, antes da instalação de um conselho de transição destinado a dar início a um novo governo, informou a mídia local no domingo, relatando incêndios criminosos e tiroteios no centro da cidade.
Segundo informações da Reuters, a área de Lower Delmas está se transformando em "um campo de batalha entre a polícia e gangues armadas", disse a Radio Tele Galaxie no X, afirmando que explosões foram ouvidas até a administração do do bairro, bem como tiros perto do Palácio Nacional do Haiti.
Instalações médicas de uma universidade também foram saqueadas por gangues durante a noite, informou a Radio RFM.
Isso ocorre no momento em que o país se prepara para a instalação de um conselho de nove membros que assumirá o lugar do primeiro-ministro Ariel Henry, que vai renunciar ao cargo assim que o conselho de transição for instalado.
As gangues haitianas, muitas das quais se agruparam em uma aliança conhecida como "Viv Ansanm" (Vivendo Juntos), afirmaram que o cerco à capital é uma batalha para destituir Henry. Grupos de direitos humanos estimam que cerca de 90% da capital esteja agora sob o controle de gangues.
De acordo com decretos do governo que confirmam um plano de transição mediado pela Comunidade do Caribe, os membros do conselho de transição deveriam entregar documentos que comprovassem sua elegibilidade e tomar posse no Palácio Nacional.
No entanto, o palácio, juntamente com outros prédios públicos e infraestruturas importantes, como o aeroporto da capital, foram alvo de repetidos ataques nas últimas semanas. Nenhuma data oficial foi definida para a instalação do conselho. Enquanto isso, a agência de proteção civil do Haiti alertou sobre a possibilidade de inundações nas regiões do sul do país, incluindo a capital, devido às fortes chuvas, complicando ainda mais as condições para aqueles que foram forçados a fugir de suas casas devido à violência.
A ONU estima que mais de 360.000 pessoas estão deslocadas internamente e milhões estão passando fome, pois os principais portos e rotas de abastecimento continuam bloqueados.