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Hackers revelam preocupação da UE com Trump, Rússia, China e Irã

Mais de 1,1 mil telegramas diplomáticos foram proporcionados ao NYT pela empresa de segurança cibernética Area 1

Hackers informáticos se infiltraram na rede de comunicação diplomática da União Europeia (Philippe Huguen/AFP)

Hackers informáticos se infiltraram na rede de comunicação diplomática da União Europeia (Philippe Huguen/AFP)

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EFE

Publicado em 19 de dezembro de 2018 às 09h03.

Nova York - Hackers informáticos infiltrados na rede de comunicação diplomática da União Europeia (UE) descarregaram milhares de cables (como são chamados os telegramas diplomáticos) que revelaram preocupação com a Administração de Donald Trump, as dificuldades com a Rússia e a China e o temor de que o Irã reativasse seu programa nuclear, informou nesta quarta-feira o jornal "The New York Times".

Mais de 1,1 mil cables foram proporcionados ao jornal pela empresa de segurança cibernética Area 1, que descobriu a brecha e que considera que as técnicas utilizadas pelos hackers eram similares às do Exército Popular de Libertação da China.

Segundo o jornal, o material coletado pelos hackers, que foram infiltrados durante anos na rede, "inclui memorandos de conversas com líderes na Arábia Saudita, Israel e outros países que são compartilhados em toda a UE".

"Em um cable, os diplomatas europeus descreveram uma reunião entre o presidente Trump e o presidente russo Vladimir Putin em Helsinque como bem-sucedida (pelo menos para Putin)", escreveu o "The New York Times".

Em outro, escrito depois dessa reunião, que foi realizada em 16 de julho, foi transmitido "um relatório detalhado e uma análise de uma discussão entre os funcionários europeus e o presidente da China, Xi Jinping, que foi citado comparando o "assédio" a Pequim por parte de Trump com um "combate de estilo livre sem regras".

"Os hackers também se infiltraram nas redes das Nações Unidas, na Federação Americana do Trabalho e no Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO), além dos Ministérios das Relações Exteriores e Finanças de todo o mundo", acrescentou o jornal.

No caso da AFL-CIO, se centrou "em temas relacionados com as negociações sobre o Acordo Transpacífico, um acordo comercial que excluía Pequim", enquanto o material da ONU é relativo "aos meses de 2016 quando a Coreia do Norte lançava mísseis ativamente".

O jornal destaca que "algumas das mais de 100 organizações e instituições foram atacadas há anos, mas muitos não se deram conta da violação até há poucos dias, quando alguns foram alertados pela Area 1, firma fundada por três ex-funcionários da Agência de Segurança Nacional".

Os cables também incluem "extensos relatórios por parte dos diplomatas europeus dos movimentos da Rússia para minar a Ucrânia, incluída uma advertência em 8 de fevereiro que a Crimeia, que Moscou anexou há quatro anos, tinha se transformado em uma 'região quente onde poderiam ter sido desdobradas ogivas nucleares'".

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