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Guterres critica hostilidade e "portas fechadas" a refugiados

"Sejamos claros: não enfrentamos só uma crise de refugiados, também enfrentamos uma crise de solidariedade", disse Guterres

António Guterres: o secretário-geral das Nações Unidas falou hoje na abertura da Assembleia Geral (Lucas Jackson/Reuters)

António Guterres: o secretário-geral das Nações Unidas falou hoje na abertura da Assembleia Geral (Lucas Jackson/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 11h28.

Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou nesta terça-feira as "portas fechadas" e a "hostilidade" contra os refugiados e exigiu solidariedade a todos os países.

"Sejamos claros: não enfrentamos só uma crise de refugiados, também enfrentamos uma crise de solidariedade", disse Guterres no discurso de abertura da reunião de líderes na Assembleia Geral das Nações Unidas.

O diplomata português pediu também proteção para todos os imigrantes e um aumento das oportunidades de migração regulada para acabar com as contínuas tragédias no Mediterrâneo e em outros lugares.

"Me doeu ver a forma como refugiados e imigrantes foram estereotipados e serviram de bode expiatório. E ver figuras políticas incentivar o ressentimento na busca de benefícios eleitorais", disse Guterres.

O secretário-geral das Nações Unidas falou hoje na abertura da Assembleia Geral, a primeira do presidente americano, Donald Trump, ao quem criticou no passado por suas mensagens em matéria de imigração.

"É quando os imigrantes se movem de forma irregular que os riscos ficam claros para os Estados, mas sobretudo para os próprios imigrantes, expostos a perigosos périplos", disse.

Guterres insistiu que os movimentos de população não vão desaparecer e exigiu mais cooperação internacional na gestão dos mesmos, a fim de proteger adequadamente os direitos humanos.

"Eu mesmo sou um imigrante, como são muitos dos senhores. Mas ninguém esperava que arriscasse a minha vida em um barco em fuga ou cruzando um deserto na parte de atrás de um camnhião para encontrar trabalho fora do meu país de nascimento", apontou.

"A imigração segura não pode estar limitada à elite global", insistiu.

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