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Guiné declara emergência de saúde pública por surto de ebola

Cerca de 377 pessoas morreram na Guiné desde o início do maior surto de ebola da história


	Luvas e botas usadas por médicos secam ao sol, em um centro para vítimas do vírus ebola na Guiné
 (AFP)

Luvas e botas usadas por médicos secam ao sol, em um centro para vítimas do vírus ebola na Guiné (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2014 às 18h49.

Conacri - A Guiné declarou uma emergência de saúde pública por causa da epidemia de ebola, que já matou mais de mil pessoas em três países do oeste da África, e está enviando funcionários da saúde para todas as localidades fronteiriças afetadas, declarou uma autoridade do governo.

Estimadas 377 pessoas morreram na Guiné desde o início do maior surto de ebola da história, em março, em áreas remotas de uma região de fronteira perto de Serra Leoa e Libéria.

A Guiné afirma que o surto está sob controle e que o número de casos está diminuindo, mas as medidas são necessárias para evitar novas infecções de nações vizinhas atingidas pela epidemia.

“Caminhões cheios de suprimentos médicos e levando funcionários da saúde estão a caminho de todas as localidades na fronteira com Serra Leoa e Libéria”, disse o presidente da comissão de ebola da Guiné, Aboubacar Sidiki Diakité, na noite de quarta-feira.

Até três mil pessoas estão esperando em 17 pontos na divisa pela permissão para entrar no país, afirmou.

“Qualquer doente será isolado imediatamente. As pessoas serão acompanhadas. Não podemos correr o risco de deixar qualquer um entrar sem verificações”, disse.

Serra Leoa declarou o ebola uma emergência nacional, assim como a Libéria, que espera que dois de seus médicos diagnosticados com a doença possam iniciar o tratamento com o suprimento limitado da droga experimental ZMapp.

A farmacêutica canadense Tekmira Pharmaceuticals também está estudando a possibilidade de fabricar mais doses do remédio, informou o executivo-chefe Mark Murray.

A Nigéria também declarou emergência nacional, embora até o momento tenha escapado dos níveis de infecção dos três outros países africanos. Nesta quinta-feira, o país disse ter 10 casos de ebola, e quatro nigerianos morreram da febre hemorrágica.

Impactos

Um documento do governo da Libéria visto pela Reuters mostra o estresse causado pelo surto em seu sistema de saúde. Uma central telefônica de Monróvia está penando para dar conta do volume de ligações e precisa de mais pessoal, linhas e um vice-supervisor, segundo o Ministério da Saúde.

O ebola afeta ainda a economia nas nações atingidas, já que seu impacto no comércio, nos transportes e nas fronteiras irá durar pelo menos mais um mês, afirmou o vice-presidente da agência de avaliação de risco Moody's, Matt Robinson.

O crescimento de Serra Leoa irá diminuir em relação aos 16 por cento registrados em 2013 se o setor de mineração for afetado, disse ele, acrescentando que os orçamentos regionais para a saúde podem aumentar.

Navios oriundos de Guiné, Serra Leoa e Libéria não terão permissão para entrar no porto de Abidjã, na Costa do Marfim.

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