Guerras continuam sendo a maior causa da fome, diz relatório
Cerca de 795 milhões de pessoas passam fome no mundo todo, de acordo com o Índice Global da Fome de 2015
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2015 às 14h29.
Berlim - Cerca de 795 milhões de pessoas passam fome no mundo e os conflitos armados têm uma relação direta com essa situação, de acordo com o Índice Global da Fome (GHI) de 2015, que aponta que 172 milhões de pessoas sofrem atualmente com as consequências de uma guerra .
"Conflitos como o da Síria , Iraque e Sudão do Sul são os principais causadores da fome", disse nesta segunda-feira em Berlim Bärbel Dieckmann, presidente da ONG alemã Welthungerhilfe (Ajuda Mundial contra a Fome).
Esta ONG, que elabora anualmente o índice junto à irlandesa Concern Worldwide e ao Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentícias (IFPRI), lembrou que "mais de 80% dos refugiados no mundo todo ficam em sua terra ou nos países vizinhos".
Estas pessoas "são as que mais sofrem com a violência e a situação sem perspectivas" e, "despercebidas pela comunidade internacional, têm que lutar a cada dia para conseguir comida, água e atendimento médico", ressaltou Dieckmann.
Segundo o relatório, uma média de 42,5 mil pessoas fugiram no ano passado diariamente de seus lares e aproximadamente 59,5 milhões no mundo todo vivem deslocadas por causa dos conflitos armados.
"Só com a eliminação das causas dos conflitos armados, na Síria, por exemplo, podemos acabar com a fome a longo prazo", advertiu Dieckmann.
Os dois países com o maior índice de fome -República Centro-Africana e Chade, seguidos pela Zâmbia,- viveram um conflito armado ou estiveram imersos na instabilidade política nos últimos anos, recolhe o relatório.
Enquanto isso, Angola, Etiópia e Ruanda, países que há 20 anos ainda estavam imersos em uma guerra civil, melhoraram substancialmente sua situação desde o fim de suas respectivas disputas.
O índice mostra uma evolução positiva também nos países em desenvolvimento, que desde o ano 2000 progrediram notavelmente no combate à fome, e cujo índice em nível global caiu 27%.
Entre os dez países que alcançaram desde 2000 a maior redução de seu índice de fome (entre 53% e 71%) figuram três sul-americanos -Brasil, Peru e Venezuela- , um asiático (Mongólia), quatro ex-repúblicas soviéticas (Azerbaijão, Quirguistão, Letônia e Ucrânia) e duas ex-repúblicas iugoslavas (Bósnia e Croácia).
"Estamos mais confiantes do que nunca de que podemos vencer a fome sempre e quando não nos conformemos com o conseguido até agora", declarou Klaus von Grebmer, analista do IFPRI.
Apesar dos avanços registrados no combate à crise de fome no mundo, 44 dos 117 países compreendidos no índice continuam apresentando níveis "muito graves", e em outros 8, "alarmantes".
A fome no mundo continua sendo um desafio, com uma em cada nove pessoas com desnutrição crônica e mais de 15% das crianças com atrasos no crescimento como consequência de deficiências nutricionais.
O Índice Global da Fome, que é atualizado todos os anos e teve sua décima edição apresentada hoje, não inclui alguns dos países mais pobres do mundo por falta de dados, o que faz pensar que a situação de crise de fome global pode ser inclusive pior do que a refletida neste documento, advertiram seus autores. EFE
Berlim - Cerca de 795 milhões de pessoas passam fome no mundo e os conflitos armados têm uma relação direta com essa situação, de acordo com o Índice Global da Fome (GHI) de 2015, que aponta que 172 milhões de pessoas sofrem atualmente com as consequências de uma guerra .
"Conflitos como o da Síria , Iraque e Sudão do Sul são os principais causadores da fome", disse nesta segunda-feira em Berlim Bärbel Dieckmann, presidente da ONG alemã Welthungerhilfe (Ajuda Mundial contra a Fome).
Esta ONG, que elabora anualmente o índice junto à irlandesa Concern Worldwide e ao Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentícias (IFPRI), lembrou que "mais de 80% dos refugiados no mundo todo ficam em sua terra ou nos países vizinhos".
Estas pessoas "são as que mais sofrem com a violência e a situação sem perspectivas" e, "despercebidas pela comunidade internacional, têm que lutar a cada dia para conseguir comida, água e atendimento médico", ressaltou Dieckmann.
Segundo o relatório, uma média de 42,5 mil pessoas fugiram no ano passado diariamente de seus lares e aproximadamente 59,5 milhões no mundo todo vivem deslocadas por causa dos conflitos armados.
"Só com a eliminação das causas dos conflitos armados, na Síria, por exemplo, podemos acabar com a fome a longo prazo", advertiu Dieckmann.
Os dois países com o maior índice de fome -República Centro-Africana e Chade, seguidos pela Zâmbia,- viveram um conflito armado ou estiveram imersos na instabilidade política nos últimos anos, recolhe o relatório.
Enquanto isso, Angola, Etiópia e Ruanda, países que há 20 anos ainda estavam imersos em uma guerra civil, melhoraram substancialmente sua situação desde o fim de suas respectivas disputas.
O índice mostra uma evolução positiva também nos países em desenvolvimento, que desde o ano 2000 progrediram notavelmente no combate à fome, e cujo índice em nível global caiu 27%.
Entre os dez países que alcançaram desde 2000 a maior redução de seu índice de fome (entre 53% e 71%) figuram três sul-americanos -Brasil, Peru e Venezuela- , um asiático (Mongólia), quatro ex-repúblicas soviéticas (Azerbaijão, Quirguistão, Letônia e Ucrânia) e duas ex-repúblicas iugoslavas (Bósnia e Croácia).
"Estamos mais confiantes do que nunca de que podemos vencer a fome sempre e quando não nos conformemos com o conseguido até agora", declarou Klaus von Grebmer, analista do IFPRI.
Apesar dos avanços registrados no combate à crise de fome no mundo, 44 dos 117 países compreendidos no índice continuam apresentando níveis "muito graves", e em outros 8, "alarmantes".
A fome no mundo continua sendo um desafio, com uma em cada nove pessoas com desnutrição crônica e mais de 15% das crianças com atrasos no crescimento como consequência de deficiências nutricionais.
O Índice Global da Fome, que é atualizado todos os anos e teve sua décima edição apresentada hoje, não inclui alguns dos países mais pobres do mundo por falta de dados, o que faz pensar que a situação de crise de fome global pode ser inclusive pior do que a refletida neste documento, advertiram seus autores. EFE