Guerra na Ucrânia: presidente Lula tem sido cobrado por Zelensky por um posicionamento sobre o conflito (Arthur Menescal/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 2 de agosto de 2023 às 17h01.
Última atualização em 2 de agosto de 2023 às 17h03.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira, 2, ser importante haver um grupo de países que preparem as condições para um acordo que encerre a guerra entre Rússia e Ucrânia, mas que, por enquanto, nenhum dos dois países quer negociar.
Na fala, Lula comparou as declarações de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, e de Vladimir Putin, russo, a reivindicações que trabalhadores fazem em greves."O Brasil vai continuar tentando buscar a paz. Vamos tentar junto com vários outros países, tentar encontrar um caminho para que na hora que as pessoas se cansarem de guerra e quiserem um aconchego para parar a guerra nós precisamos ter um grupo de países dispostos a discutir com eles e a apresentar uma solução" disse Lula.
O presidente do Brasil voltou a criticar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e disse que o tema deveria ser debatido no grupo. "São os membros permanentes que fazem a guerra", pontuou.
"Por enquanto, a gente não tem ouvido nem de Zelensky nem de Putin a ideia de que vão parar e negociar, por enquanto os dois estão naquela fase de 'eu vou ganhar, vou ganhar, vou ganhar', enquanto isso as pessoas estão morrendo", disse o presidente.
O chefe do Executivo deu as declarações na manhã desta quarta-feira, 2, no Palácio do Planalto.
Lula comparou a situação a uma greve como as que comandou nos anos 1970 e 1980. "Quando a gente faz uma greve a gente grita no microfone ‘80% ou nada, 90% ou nada, 100% ou nada’, aí se não negociar volta com nada mesmo. A guerra está assim. As pessoas querem ganhar. Vai ter um momento em que as pessoas vão se dar conta de que a guerra não é solução", comentou.