Mundo

Guerra Israel-Hamas: Lula lamenta morte de brasileiro e critica conflito no Oriente Médio

Presidente tem moderado discurso em defesa dos palestinos, na comparação com seus mandatos anteriores

Ataques em Gaza: palestinos caminham perto de prédio destruído por ataque no distrito de al-Rimal ( Mahmud Hams/AFP)

Ataques em Gaza: palestinos caminham perto de prédio destruído por ataque no distrito de al-Rimal ( Mahmud Hams/AFP)

Publicado em 10 de outubro de 2023 às 09h39.

Última atualização em 10 de outubro de 2023 às 13h20.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez publicação nesta terça-feira, 10, na rede X (antigo Twitter), lamentando a morte do brasileiro Ranani Glazer nos conflitos entre Israel e palestinos.

"O Governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel. Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o Governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis", escreveu Lula.

Esta foi a segunda publicação do presidente sobre a nova fase do conflito entre Israel e palestinos. A primeira foi no domingo (7), "Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados", postou.

O presidente se recupera de uma cirurgia no quadril e não tem feito aparições públicas nos últimos dias.

Em nota no domingo, 8, o Itamaraty condenou os ataques a Israel e reiterou o "compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas". O governo brasileiro também defendeu que "a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz".

Tanto nas postagens de Lula quanto nas notas do Itamaraty, que refletem a posição oficial do Brasil sobre temas internacionais, o governo brasileiro tem buscado postura mais neutra. Em seus primeiros mandatos (2003-2010), o petista fazia uma defesa mais enfática dos direitos dos palestinos. No governo de Dilma Rousseff (2011-16), também do PT, a postura foi mantida, o que gerou crises diplomáticas com Israel.

Em 2010, por exemplo, Lula visitou Israel e Palestina. Durante a viagem, ele foi ao túmulo de Yasser Arafat, líder histórico dos palestinos, mas não fez um gesto similar aos israelenses, como ir à sepultura de algum líder histórico do país, o que gerou críticas em Israel.

Cinco anos depois, em 2014, houve outro atrito. O governo Dilma fez críticas fortes a Israel durante uma  ofensiva em Gaza. Na época, Marco Aurélio Garcia, assessor internacional da Presidência, acusou Israel de cometer genocídio contra os palestinos e o Itamaraty chamou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para consultas. Na linguagem diplomática, uma convocação assim serve para mostrar incômodo com as ações de outro país. Os gestos irritaram o governo israelense e um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel chamou o Brasil de "anão diplomático".

Com AE.

Por que o Hamas atacou Israel?

O grupo palestino Hamas lançou a "Operação Al-Aqsa Flood" para defender a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, palco de tensões entre palestinos e israelenses.

Hamas é terrorista?

No Brasil, apenas os grupos designados como "terroristas" pela ONU recebem essa classificação. Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia, apontam que o Hamas é uma organização terrorista.

Quem é o chefe do Hamas?

Ismail Haniyeh lidera o Hamas desde 2017 e reside em Doha, Catar, desde 2020 devido às restrições de saída e entrada em Gaza, que enfrenta bloqueios em suas fronteiras tanto com Israel quanto com o Egito.

O que o Hamas defende?

Na sua Carta de Princípios de 1988, o Hamas declarou que a Palestina é uma terra islâmica e não reconhece a existência do Estado de Israel.

Acompanhe tudo sobre:IsraelLuiz Inácio Lula da SilvaConflito árabe-israelensePalestina

Mais de Mundo

Câmara dos EUA evita paralisação do governo com aprovação de pacote emergencial de financiamento

Maduro propõe reforma constitucional para reforçar controle político na Venezuela

Atropelamento em feira de Natal na Alemanha mata duas pessoas e caso é investigado como terrorismo

Portugal aprova lei que facilita pedido de residência para brasileiros