Militantes do Estado Islâmico: por enquanto, os militares dos EUA estão fora do front (AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 14h01.
Washington - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, defendeu nesta terça-feira a guerra contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, ao destacar que o grupo jihadista tem aspirações globais e representa uma ameaça para o território americano e seus aliados.
As declarações de Hagel foram dadas no Comitê de Forças Armadas do Senado, que o convocou para explicar a estratégia do presidente americano, Barack Obama, na luta contra os radicais.
As afirmações ocorreram pouco depois de os EUA lançarem seu primeiro ataque contra o EI perto de Bagdá.
Até agora, a ofensiva, que começou em 8 de agosto, estava limitada a posições jihadistas no norte do Iraque para proteger americanos ou por razões humanitárias.
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Martin Dempsey, que também esteve presente na audiência, disse que a estratégia americana é "acossar o EI por todos os lados" para que deixe de ser operacional e, eventualmente, tenha que se retirar do Iraque para a Síria, onde a oposição moderada ao presidente Bashar al Assad, treinada pelos EUA, os combateria.
Dempsey também não descartou a possibilidade de os militares americanos participarem da frente de batalha contra o EI no Iraque caso o exército do país e os peshmergas curdos não consigam combatê-los.
"Se as circunstâncias mudarem (...) recomendaria que (os soldados americanos) trabalhassem como assessores perto do combate, acompanhando soldados iraquianos", explicou Dempsey.
A declaração pareceu um eufemismo para alguns senadores, que disseram que esta estratégia não difere de colocar americanos em conflitos diretos no Iraque.
Obama prometeu na última quarta-feira, durante a apresentação ao povo americano de sua estratégia para "destruir" o EI, que as tropas dos EUA não assumirão um papel de combate no conflito.
Por enquanto, os militares dos EUA estão fora do front de batalha, prestando assessoria a partir de centros de operações em Arbil e Bagdá.
No entanto, Dempsey reconheceu que integrantes da Força Aérea em si já "jogam um papel de combate", porque estão ativamente bombardeando os alvos do EI no Iraque, em missões que se ampliam rapidamente.