Israel e Hamas: De acordo com o ministério da Saúde de Israel, a contagem oficial de mortos no país divulgada neste domingo já chega a 700 (AFP/AFP)
Redação Exame
Publicado em 9 de outubro de 2023 às 06h36.
Última atualização em 9 de outubro de 2023 às 07h48.
O número de vítimas após os ataques no sábado, 7, do grupo terrorista Hamas no sul de Israel não para de subir e já passa de 1.200 pessoas nesta segunda-feira, 9. De acordo com o ministério da Saúde de Israel, a contagem oficial de mortos no país, divulgada neste domingo, chegava a 700.
No final da tarde de ontem, 8, foram retirados mais de 250 corpos no local onde ocorria uma rave brasileira quando começaram os ataques do Hamas.
Além disso, são mais 2,3 mil feridos nos hospitais israelenses, sendo 365 em estado grave.
Do outro lado, em Gaza, os números das autoridades locais apontam para cerca de 413 mortos até o momento após o contra-ataque de Israel realizado neste domingo.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu declarou que o país está oficialmente em guerra, após o ataque mortal do grupo Hamas no sul de Israel.
A decisão, anunciada neste domingo autoriza formalmente "a tomada de medidas militares significativas", disse o gabinete, em um comunicado. "A guerra que foi imposta ao Estado de Israel em um ataque terrorista assassino da Faixa de Gaza começou às 6 horas de ontem", destacou.
As Forças de Defesa de Israel disseram no início do domingo que haviam atingido 10 locais em Gaza.
A sede da inteligência do Hamas, dois bancos e um complexo militar usado pelas forças aéreas do grupo foram atingidos, disse a IDF no Telegram.
Uma instalação de produção de armas da Jihad Islâmica - um grupo menor baseado em Gaza que atacou Israel - também foi alvo.
Os temores de uma repercussão regional aumentaram depois que o Hezbollah, grupo terrorista do Líbano, disse que atacou alvos israelenses perto da fronteira "em solidariedade" ao Hamas. Israel disse que revidou o ataque. A Força Interina das Nações Unidas no Líbano, ou UNIFIL, pediu a todos os lados que reduzissem a escalada de violência.
A Cisjordânia estava tranquila no domingo, com as aulas canceladas e as lojas fechadas em uma greve geral realizada em solidariedade aos terroristas em Gaza. Um palestino foi morto em um confronto com israelenses em Nablus pela manhã, mas não houve violência generalizada.
Líderes do Egito e Jordânia vão trabalhar para evitar deterioração do conflito em Israel
Os líderes do Egito e da Jordânia conversaram sobre os ataques de terroristas do Hamas a Israel. O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi recebeu a ligação telefônica do rei da Jordânia, Abdullah II, e concordaram em trabalhar para evitar a deterioração do conflito em Israel, de acordo com um comunicado divulgado pelo gabinete do presidente do Egito.
Os dois países são aliados próximos dos EUA e foram as primeiras nações árabes a estabelecer relações diplomáticas com Israel.
Mousa Abu Marzouk, um dos líderes do Hamas, declarou que seu grupo está mantendo mais de 100 pessoas como reféns depois dos ataques de terroristas a Israel neste fim de semana. Ele fez os comentários neste domingo, 8, ao al-Ghad, um website de notícias publicadas em árabe. Este número é adicional às 30 pessoas que estão sendo mantidas como reféns pelo grupo palestino Jihad Islamica.
De acordo com a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, trataram dos ataques do Hamas a Israel e destacaram que entre os reféns estão "famílias inteiras", idosos e crianças pequenas.
A ofensiva do Hamas contra o Estado de Israel começou às 6h30 de sábado com os disparos de foguetes de vários locais de Gaza. Em seguida, começaram os ataques de entre 200 e 300 combatentes palestinos infiltrados em Israel a diversas localidades próximas ao território. Segundo o Exército de Israel, eles usaram picapes, botes de borracha e até parapentes para entrar no território.
Um porta-voz das Forças Armadas israelenses confirmou que vários civis e soldados foram mantidos reféns em casa, como na cidade de Ofakim, ou levados para o território palestino. O número total de capturados, informa o Haaretz, é desconhecido.
O Hamas divulgou um comunicado após o início dos ataques. Israel, junto com o Egito, mantém um duro bloqueio contra a Faixa de Gaza desde que o grupo assumiu o poder em 2007. Desde então, ocorreram vários conflitos entre combatentes palestinos e o Estado judeu.
“Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação [israelense], o seu tempo de violência sem responsabilização acabou”, declarou o grupo. “Anunciamos a Operação Dilúvio de al-Aqsa e disparamos, no primeiro ataque de 20 minutos, mais de 5 mil foguetes", escreveram, fazendo referência à histórica disputa em torno da mesquita de al-Aqsa, local em Jerusalém que é sagrado tanto para muçulmanos como para judeus.
Um alto funcionário do Hamas disse que o objetivo da captura de reféns é trocá-los pelos prisioneiros palestinos nas cadeias israelenses. Em mensagem divulgada em redes sociais, Netanyahu disse que o país está em guerra contra o grupo. "Estamos em guerra e vamos vencer. O inimigo pagará um preço que nunca conheceu", disse Netanyahu em mensagem de vídeo.