Guatemala: Tribunal bloqueia pedido de expulsão de chefe da ONU
Presidente do país anunciou neste domingo a expulsão imediata do, chefe da Comissão da ONU contra a impunidade e a corrupção
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de agosto de 2017 às 15h58.
Cidade da Guatemala - O Tribunal Constitucional da Guatemala anunciou o bloqueio do pedido do presidente Jimmy Morales de expulsar o chefe de uma comissão anticorrupção da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente do tribunal, Francisco de Mata Vela, diz que dois pedidos de injunção foram arquivados.
Morales anunciou neste domingo, através de um vídeo postado no Twitter, a expulsão imediata de Ivan Velasquez, chefe da Comissão da ONU contra a impunidade e a corrupção.
Na sexta-feira, Velasquez e o procurador-chefe da Guatemala anunciaram que buscariam a remoção da imunidade de Morales para que ele pudesse ser investigado por corrupção relacionada ao financiamento de campanhas eleitorais.
Mais cedo, um importante congressista dos Estados Unidos declarou que a expulsão de Velasquez poderia afetar a ajuda norte-americana à Guatemala.
O Republicano Eliot Engel é o principal membro da Comissão de Assuntos Externos da Câmara dos Deputados dos EUA. Ele declarou que o governo "deve examinar o futuro da nossa ajuda externa" para a Guatemala, à luz da decisão do presidente Jimmy Morales.
O porta-voz do secretário-geral da ONU emitiu uma nota em que declara que Antonio Guterres "está chocado" com a decisão do presidente guatemalteco.
A declaração pede que Ivan Velasquez seja tratado com o respeito que merece e elogie seu trabalho em "fortalecer as instituições do Poder Judiciário na Guatemala, ajudando a garantir a justiça em muitos casos".
As embaixadas de países que apoiam a comissão anticorrupção da ONU na Guatemala também fizeram críticas à decisão do presidente do país. Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Espanha, França, Reino Unido, Suécia, Suíça e União Europeia emitiram um comunicado conjunto, lamentando a decisão do presidente Morales de expulsar Ivan Velasquez.
A declaração diz que a comissão "desempenhou um papel vital na luta contra a impunidade" na Guatemala e que a expulsão prejudica a capacidade da comissão para atingir seu objetivo. Fonte: Associated Press.