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Guaidó propõe Conselho de Governo para tentar reverter crise da Venezuela

No domingo, a oposição liderada por Guaidó anunciou que o diálogo mediado pela Noruega para tentar resolver uma crise política na Venezuela terminou

Venezuela: a oposição alega que o governo Maduro abandonou as negociações medidas pela Noruega (Edilzon Gamez/Getty Images)
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EFE

Publicado em 16 de setembro de 2019 às 15h59.

Última atualização em 16 de setembro de 2019 às 16h08.

Caracas — O chefe do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó , reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, propôs nesta segunda-feira a convocação de um Conselho de Governo "com todos os setores" para tentar reverter a severa crise venezuelana.

O líder opositor revelou que apresentou a proposta durante as negociações com o governo de Nicolás Maduro em Barbados. Segundo Guaidó, o plano contempla a sua saída do cargo, contanto que Maduro faça o mesmo.

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Guaidó explicou que este Conselho de Governo, inspirado em outro que a Venezuela teve em 1958, deve ser "plural, equitativo e com todas as forças do país", incluindo as Forças Armadas. O objetivo é que essa seja "a forma de governo" na Venezuela até que um novo presidente seja escolhido em eleições livres.

"Implicaria, além disso, certamente, a saída imediata de Maduro e o meu afastamento do cargo até uma eleição presidencial real", detalhou.

O chefe do Parlamento acrescentou que a eleição precisa ocorrer "no menor tempo possível" e com um novo órgão eleitoral, um pedido frequente da oposição, que argumenta que o atual Conselho Nacional Eleitoral (CNE) está subordinado ao chavismo, que governa desde 1999.

A proposta também contempla a libertação dos mais de 500 pesos políticos no país - segundo dados da oposição -, a cessação da inabilitação de vários opositores e a entrada imediata de ajuda humanitária.

"Esse é o coração da proposta, e o motivo pelo qual o regime (de Maduro) saiu correndo", comentou.

Guaidó declarou que o mecanismo de Barbados se esgotou e que não retomará as reuniões, mas não antecipou qual estratégia adotará uma vez quebradas as negociações.

Maduro suspendeu no último dia 7 de agosto as negociações com a oposição que eram realizadas em Barbados, sob mediação da Noruega. Na ocasião, o líder chavista disse que abandonava o diálogo porque Guaidó apoiava as sanções dos Estados Unidos contra funcionários do governo e empresas venezuelanas.

No início de setembro, Maduro impôs como condição para retomar as negociações que Guaidó desista da suposta "pretensão de entregar" o Essequibo, território disputado por Guiana e Venezuela.

Fim do diálogo

No domingo, a oposição da Venezuela anunciou que o diálogo mediado pela Noruega para tentar resolver uma crise política terminou, seis semanas depois de o governo do presidente Nicolás Maduro suspender a participação.

As conversas, realizadas principalmente em Barbados, começaram depois que o líder opositor Juan Guaidó comandou um levante militar fracassado contra Maduro, que é acusado de violar direitos humanos e ser responsável por um colapso econômico que levou milhões a fugirem, em abril.

Os representantes de Maduro abandonaram as conversas em agosto em repúdio ao endurecimento das sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o país-membro da Opep. Membros da coalizão opositora que eram críticos do diálogo argumentaram que Maduro estava negociando de má fé e usando as tratativas para ganhar tempo.

"O regime ditatorial de Nicolás Maduro abandonou o processo de negociação com desculpas falsas", disse o escritório de Guaidó em um comunicado. "Depois de mais de 40 dias durante os quais eles se recusaram a continuar, confirmamos que o mecanismo de Barbados acabou".

O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.

Apesar do revés, diplomatas noruegueses continuam preparados para auxiliar, disse Dag Nylander, que lidera os esforços internacionais de paz e reconciliação do Ministério das Relações Exteriores da Noruega.

"A Noruega está facilitando o processo de negociação na Venezuela a pedido dos principais atores políticos do país, e reitera sua prontidão para continuar neste papel enquanto as partes o considerarem útil e avançar na busca de uma solução negociada", tuitou Nylander nesta segunda-feira.

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