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Guaidó ignora ordem do Supremo que o proíbe de sair da Venezuela

Medidas contra presidente autodeclarado ocorreu após ameaças dos EUA para aqueles que tentassem prejudicar o líder opositor

Juan Guaidó: Líder opositor diz que espera que venezuelanos voltem ao país (Carlos Barria/Reuters)

Juan Guaidó: Líder opositor diz que espera que venezuelanos voltem ao país (Carlos Barria/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 19h06.

Caracas - O chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente, indicou nesta quarta-feira que vai ignorar a ordem dada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que o impede de deixar o país.

"Não recebi nenhuma ordem, foi uma declaração no dia de ontem de quem usurpa funções no Ministério Público e de quem ocupa espaços no TSJ", disse Guaidó a jornalistas em Caracas.

O procurador-geral da Venezuela, Tareq Saab, apresentou ontem uma ação no TSJ para que, como parte de uma investigação preliminar, o órgão impeça a saída de Guaidó no país e bloqueie suas contas.

Horas depois, um dos juízes do TSJ acatou totalmente o pedido.

Apesar da decisão, Guaidó liderou hoje uma manifestação de cerca de duas horas no Hospital Clínico Universitário da Universidade Central da Venezuela (UCV) em Caracas.

"Seguimos exercendo o direito à manifestação, ao protesto. Pauta de saída? Aqui estamos, não queremos deixar o país. Queremos que as pessoas volte. A decisão não tem nenhuma base jurídica", afirmou.

"Quero que as pessoas voltem para a Venezuela, que tenhamos as condições para gerar oportunidades, que todos que se foram possam retornar e que possam entrar e sair livremente", acrescentou.

Segundo a ONU, cerca de 3 milhões de venezuelanos deixaram o país devido à crise que já dura mais de três anos. Do total, 1 milhão fugiram para a Colômbia. Muitos também vieram para o Brasil.

Por esse motivo, Guaidó afirmou que uma "proibição de saída" não preocupa absolutamente ninguém nesse momento.

"Estamos lutando", ressaltou o autoproclamado presidente.

O hospital escolhido para a manifestação estava cercado por um forte aparato policial, mas nenhum deles agiu contra Guaidó.

As medidas contra Guaidó foram tomadas ontem depois de os Estados Unidos terem alertado que haveria "sérias consequências" para aqueles que tentassem prejudicar o presidente interino.

"Permitam-me reiterar que haverá sérias consequências para quem tentar subverter a democracia e prejudicar Guaidó", escreveu no Twitter o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton.

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