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Guaidó é recebido em Bruxelas para discutir a crise na Venezuela

Líder da oposição da Venezuela conta com o apoio da União Europeia para superar a crise política e econômica do país

Venezuela: Guaidó é reconhecido como presidente por 50 países (Aris Oikonomou/Reuters)

Venezuela: Guaidó é reconhecido como presidente por 50 países (Aris Oikonomou/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 15h43.

O opositor venezuelano Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por cinquenta países, continua nesta quarta-feira sua visita a Bruxelas para se encontrar com líderes de uma União Europeia (UE) cujas iniciativas sobre a crise venezuelana estão paralisadas.

Guaidó, apoiado pela UE como presidente "legítimo" da Assembleia Nacional da Venezuela em sua disputa com Luis Parra, está se reunindo na capital belga com eurodeputados e autoridades.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, recebeu Guaidó, a quem expressou "forte apoio da UE" como líder da Assembleia Nacional e seu compromisso de trabalhar por uma solução baseada em "eleições presidenciais e legislativas credíveis e transparentes".

"Ambos apontaram a necessidade urgente de encontrar uma abordagem comum entre os atores venezuelanos e na comunidade internacional que possa levar a um processo político significativo", afirmou a assessoria de Borrell em um comunicado.

"O encontro é uma mensagem em si", explicou uma fonte europeia sobre a reunião entre Borrell e Guaidó, em plena ofensiva diplomática que também o levará ao fórum econômico de Davos, depois de já ter passado pela Colômbia e Reino Unido.

Em Bogotá, recebeu do chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, a promessa de maior apoio em sua luta para tirar Nicolás Maduro do poder.

E tudo isso, em um contexto de estagnação da crise política na Venezuela, desde que em janeiro de 2019 Guaidó se auto-proclamou presidente encarregado da Venezuela.

"Se Guaidó quer desbloquear o impasse, precisa de outros aliados além do apoio tradicional dos Estados Unidos e do Grupo de Lima. A Europa surge claramente como uma peça-chave", explicou à AFP Carlos Malamud, do centro de reflexão Real Instituto Elcano.

O opositor receberá apoio claro dos eurodeputados da Câmara Europeia, que recompensou em 2017 a oposição venezuelana com o Prêmio Sakharov de Liberdade de Consciência.

Mas o que a UE pode fazer? Suas iniciativas estão paralisadas. O Grupo Internacional de Contato (GIC), criado em conjunto com países da América Latina e da Europa, não se reúne há meses e, apesar da pressão de Washington em adotar mais sanções, a última série foi em setembro.

A Venezuela se tornou o primeiro país latino-americano sancionado em 2017 pela UE, que, desde então, impôs um embargo de armas, bem como sanções contra 25 funcionários venezuelanos pela "deterioração do Estado de Direito, da democracia e dos direitos humanos".

Mas a UE está agora mais focada em sua política externa nos conflitos e tensões no Oriente Médio e no norte da África, reconheceu Borrell na segunda-feira.

O chefe da diplomacia comunitária também confirmou a "situação de bloqueio" no país e a impossibilidade de seu enviado especial Enrique Iglesias de chegar a Caracas, de acordo com outra fonte europeia.

A nova chanceler espanhola, Arancha González Laya, que receberá o opositor no fim de semana, propôs que seu país sedie uma futura reunião do GIC, para continuar tentando impulsionar uma saída através de eleições "democráticas".

Mas "a capacidade de ação da comunidade internacional em crises como essa é muito limitada e depende da disposição dos dois lados", explica Malamud, sublinhando a "resistência do governo de Maduro em negociar".

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