Mundo

Grupo de veteranos da Al Qaeda foi alvo de ataques na Síria

Americanos atingiram alvos do Khorasan na Síria com mísseis de cruzeiro Tomahawk para conter a ameaça crescente representada pelo grupo

Gráfico com localização dos ataques aéreos aos jihadistas (AFP)

Gráfico com localização dos ataques aéreos aos jihadistas (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 15h55.

Washington - Uma ação aérea liderada pelos Estados Unidos contra jihadistas na Síria também visava ao grupo Khorasan, formado por militantes veteranos da Al Qaeda, porque a formação estava prestes a realizar grandes ataques contra o Ocidente, informou o Pentágono nesta terça-feira.

Os americanos atingiram alvos do Khorasan na Síria com mísseis de cruzeiro Tomahawk para conter a ameaça crescente representada pelo grupo, declarou o tenente-general William Mayville, diretor de operações do Estado-Maior das Forças Armadas.

"Relatórios da inteligência indicavam que o grupo estava nos estágios finais de vários planos para executar grandes ataques contra alvos ocidentais e potencialmente o território americano", explicou Mayville à imprensa.

Os ataques contra os militantes do Khorasan nesta terça-feira ocorreram de forma separada da onda de bombardeios liderados pelos Estados Unidos aos quais se somaram vários países árabes e que tiveram como alvo o grupo Estado Islâmico.

Mais cedo, o Pentágono informou que os ataques aéreos americanos mataram membros do Khorasan que conspiravam contra alvos ocidentais.

O Comando Central americano, que supervisiona as forças americanas no Oriente Médio, anunciou que os Estados Unidos realizaram oito ataques aéreos contra alvos do grupo Khorasan a oeste de Aleppo.

Mayville disse que mais de 40 mísseis Tomahawk foram lançados a partir de navios de guerra no Golfo e no Mar Vermelho, e que "a maioria dos ataques com Tomahawk foram contra o Khorasan".

O grupo Khorasan não tinha por objetivo enfrentar o regime sírio ou ajudar a população local, e sim "estabelecer raízes na Síria, a fim de realizar ataques contra o Ocidente e os Estados Unidos", explicou.

Falando sobre a campanha aérea mais ampla que incluiu os países árabes, o porta-voz do Pentágono, almirante John Kirby, declarou que "nossa indicação inicial é que estes ataques foram muito bem-sucedidos".

E ele deu a entender que mais bombardeios na Síria estão por vir.

"Posso dizer que os ataques de ontem à noite foram apenas o início", disse Kirby.

O presidente Barack Obama ordenou os bombardeios na Síria na última quinta-feira, um dia depois de se reunir com os comandantes na sede do Comando Central em Tampa, Flórida, informou a Casa Branca.

Três ondas de ataques aéreos

As forças-armadas desconhece a existência de vítimas civis dos ataques e, segundo elas, os ataques aéreos foram planejados de forma a minimizar o risco para os civis na área, disse Mayville.

O general reconheceu que existem evidências de que combatentes do Estado Islâmico já estavam se dispersando e se movendo em direção a centros populacionais para se esconder dos ataque americanos.

Mas ressaltou que no momento não há a necessidade de levar controladores aéreos táticos para o solo para direcionar bombardeios diretos e evitar vítimas civis.

A primeira onda de ataques desta terça-feira utilizou principalmente mísseis de cruzeiro Tomahawk, a segunda onda contou com aviões de combate americanos e bombardeiros B-1 atingindo alvos e a terceira incluiu aviões de guerra árabes e jatos americanos F/A-18 voando a partir de um porta-aviões, o George H.W. Bush, no Golfo, declarou Mayville.

Os líderes do grupo Estado Islâmico não se tornaram alvos específicos nas operações, e as aeronaves americanas e árabes se voltaram para centros de comando e controle, disse.

A operação inovou com quatro países árabes enviando aviões para participar da ofensiva, o que, segundo as autoridades americanas, demonstra que os Estados da região estão comprometidos no combate aos extremistas do Estado Islâmico.

Bahrein, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos desempenharam papéis diretos na operação, enquanto o Catar desempenhou um papel de apoio, segundo as autoridades, que não forneceram mais detalhes.

A maior parte das bombas lançadas eram provenientes de aviões americanos, disse Mayville.

O regime de Damasco encara o grupo EI como um adversário, e a Casa Branca declarou que o governo do presidente Bashar al-Assad foi informado com antecedência sobre o plano de ataque - embora apenas em termos gerais.

Acompanhe tudo sobre:Al QaedaEstado IslâmicoEstados Unidos (EUA)IslamismoPaíses ricosSíriaTerrorismo

Mais de Mundo

Putin pede desculpas por queda de avião da Azerbaijan Airlines

Crise política afeta economia da Coreia do Sul

Geórgia se prepara para a posse de um presidente com posições ultraconservadoras e antiocidentais

Ataques israelenses matam ao menos 48 pessoas na Faixa de Gaza nas últimas 24h