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Grupo de parlamentares pró-Brexit recomenda votação contra plano de May

Caso Parlamento rejeite acordo, May pode ser forçada a pedir extensão das negociações para além da data limite de 29 de março

Theresa May: primeira ministra britânica apela a parlamentares para que aprovem acordo (Francois Lenoir/Reuters)

Theresa May: primeira ministra britânica apela a parlamentares para que aprovem acordo (Francois Lenoir/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de março de 2019 às 12h32.

Londres - O Grupo de Pesquisa Europeu, que reúne até 70 parlamentares do Partido Conservador favoráveis à saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), aconselhou os colegas do Parlamento britânico a votar nesta terça-feira contra o acordo fechado pela primeira-ministra Theresa May. A decisão foi anunciada após esse grupo ter avaliado a opinião legal sobre o documento dada pelo procurador-geral, Geoffrey Cox.

Caso o Parlamento rejeite majoritariamente o acordo, parlamentares podem forçar May a pedir uma extensão das negociações para além da data prevista, de 29 de março, abrindo caminho para que o acordo do Brexit sofra alterações radicais ou mesmo para o cancelamento de todo o processo. Já uma derrota por margem estreita poderia dar à premiê impulso político para ir a uma reunião da UE na próxima semana e tentar conseguir mais concessões, antes de votar novamente o tema. Fonte: Dow Jones Newswires.

May apelou ao Parlamento que aprove o acordo. "É imperativo que entreguemos o Brexit ao povo britânico,", disse, referindo-se ao resultado do plebiscito realizado em junho de 2016, quando a população do Reino Unido votou pela retirada do país da União Europeia. Segundo May, não há sinais de que os britânicos mudaram de ideia em relação ao Brexit desde então.

Ontem à noite, May obteve garantias de valor legal da UE no que diz respeito à questão mais polêmica do acordo, o chamado "backstop irlandês".

Mais cedo, porém, o procurador-geral do Reino Unido, Geoffrey Cox, avaliou que o acordo revisado não garante ao Reino Unido meios legais de sair unilateralmente do backstop se surgirem "diferenças irreconciliáveis". "O risco legal (para o Reino Unido) permanece inalterado", disse Cox.

A premiê comentou, porém, que preocupações sobre o backstop se reduziram com o novo acordo, como admitiu o procurador-geral.

Para May, o acordo proposto é "bom" e, se for rejeitado, as incertezas continuarão e o Brexit "poderá se perder". "O Parlamento tem a escolha de apoiar o acordo ou se arriscar a não ter Brexit", argumentou.

May disse ainda que não há garantias de que a UE aprovará o eventual adiamento da data para a implementação do Brexit, marcada para o dia 29. Se o acordo for reprovado hoje, os parlamentares deverão votar a possibilidade de um Brexit sem acordo amanhã. Se esta opção também for rejeitada, o Parlamento decidirá na quinta-feira sobre a possível extensão.

A votação do acordo no Parlamento britânico está prevista para a noite desta terça-feira (pelo horário local).

 

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