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Grupo de Marina caminha para fundar movimento político

Aliados da ex-senadora Marina Silva não consideram a possibilidade de fundar um partido de imediato, mas um movimento político que pode resultar na formação de uma sigla

Marina acha que não seria coerente retomar o discurso da campanha presidencial se dentro do PV ela não encontra isso (Creative Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2011 às 19h13.

Brasília - A crise política instalada no PV, devido à resistência do grupo de seu presidente, o deputado federal José Luiz Penna (SP), em promover mudanças no partido, deve não só provocar a saída de lideranças históricas, como a criação de um movimento político fora das esferas partidárias.

Sem perspectiva de acordo no PV, aliados da ex-senadora Marina Silva (AC) não consideram a possibilidade de fundar um partido de imediato, mas sim um movimento político que pode resultar (ou não) na formação de uma sigla para disputar as eleições de 2014. Apoiadores da ex-senadora esperam uma aproximação do grupo de Penna até o fim do mês. Caso contrário, prometem uma debandada.

De acordo com o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), vice-presidente do PV, o grupo de Marina discute a possibilidade de criar um movimento com capilaridade nacional que defenda as propostas apresentadas pela ex-senadora durante a campanha presidencial de 2010. Além de Sirkis, devem acompanhar a ex-senadora o empresário Guilherme Leal (vice na chapa presidencial), Ricardo Young, Fábio Feldmann e outros militantes que não tenham pretensões eleitorais para 2012. "Não há tempo hábil para a criação de um partido (visando eleições municipais)", explicou Sirkis.

Maurício Brusadin, presidente do diretório estadual do PV paulista dissolvido recentemente, afirma que lideranças como o ex-deputado federal Fernando Gabeira (RJ) e o atual secretário municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, mesmo próximos de Marina, podem optar por permanecer no PV caso decidam concorrer em 2012. Outros poderão deixar o PV e se filiar a outros partidos, enquanto os mais próximos de Marina devem se dedicar à criação do movimento político.

"Por ora, não há partido algum. Ninguém está convicto de que a gente tem de criar um novo partido. Não adianta sair por aí coletando 500 mil assinaturas, embora não seja difícil. A gente quer debater a questão com a sociedade, então não podemos ir direto para o caminho institucional. Se for para nascer algo, tem que haver discussão, tem de ser fruto de um debate, de um movimento", defendeu.


Embora Sirkis tenha sido procurado ontem por aliados de Penna preocupados com a saída de figuras históricas do PV, Brusadin acredita que não há sinais claros de que a Executiva Nacional esteja empenhada em abrir diálogo para manter seus quadros. "A nossa sensação é de que ele (Penna) quer um partido pequeno. Ele não quer deixar de ser dono do partido", criticou Brusadin ao comparar a crise do PV com a recente crise do DEM. "Até o DEM chama reunião da Executiva para discutir a crise. O PV numa crise deste tamanho e o Penna não chama reunião da Executiva Nacional. A decisão do Penna está tomada, ele quer que todo mundo saia", concluiu.

Segundo Brusadin, a euforia causada pelos quase 20 milhões de votos de Marina Silva hoje virou frustração para os candidatos que pretendiam usar a força política da ex-senadora na campanha de 2012. "Fomos do céu ao inferno", resumiu. Independentemente do destino dos "marineiros", Brusadin aposta na extinção do PV. "O partido tende a virar pó com o tempo. Se quem dava conteúdo ao partido sai, a tendência é diminuir e virar o partido que era há 20 anos. Agora, se montamos outro partido, daí será a morte para o PV", disse.

Já Sirkis adota um tom mais conciliador e diz ver disposição do grupo de Marina para continuar na legenda. No entanto, o deputado acredita que a crise interna chegou a um momento crucial. "Acho realmente que essa situação não pode se manter durante muito tempo", avisou.

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Brasília - A crise política instalada no PV, devido à resistência do grupo de seu presidente, o deputado federal José Luiz Penna (SP), em promover mudanças no partido, deve não só provocar a saída de lideranças históricas, como a criação de um movimento político fora das esferas partidárias.

Sem perspectiva de acordo no PV, aliados da ex-senadora Marina Silva (AC) não consideram a possibilidade de fundar um partido de imediato, mas sim um movimento político que pode resultar (ou não) na formação de uma sigla para disputar as eleições de 2014. Apoiadores da ex-senadora esperam uma aproximação do grupo de Penna até o fim do mês. Caso contrário, prometem uma debandada.

De acordo com o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), vice-presidente do PV, o grupo de Marina discute a possibilidade de criar um movimento com capilaridade nacional que defenda as propostas apresentadas pela ex-senadora durante a campanha presidencial de 2010. Além de Sirkis, devem acompanhar a ex-senadora o empresário Guilherme Leal (vice na chapa presidencial), Ricardo Young, Fábio Feldmann e outros militantes que não tenham pretensões eleitorais para 2012. "Não há tempo hábil para a criação de um partido (visando eleições municipais)", explicou Sirkis.

Maurício Brusadin, presidente do diretório estadual do PV paulista dissolvido recentemente, afirma que lideranças como o ex-deputado federal Fernando Gabeira (RJ) e o atual secretário municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, mesmo próximos de Marina, podem optar por permanecer no PV caso decidam concorrer em 2012. Outros poderão deixar o PV e se filiar a outros partidos, enquanto os mais próximos de Marina devem se dedicar à criação do movimento político.

"Por ora, não há partido algum. Ninguém está convicto de que a gente tem de criar um novo partido. Não adianta sair por aí coletando 500 mil assinaturas, embora não seja difícil. A gente quer debater a questão com a sociedade, então não podemos ir direto para o caminho institucional. Se for para nascer algo, tem que haver discussão, tem de ser fruto de um debate, de um movimento", defendeu.


Embora Sirkis tenha sido procurado ontem por aliados de Penna preocupados com a saída de figuras históricas do PV, Brusadin acredita que não há sinais claros de que a Executiva Nacional esteja empenhada em abrir diálogo para manter seus quadros. "A nossa sensação é de que ele (Penna) quer um partido pequeno. Ele não quer deixar de ser dono do partido", criticou Brusadin ao comparar a crise do PV com a recente crise do DEM. "Até o DEM chama reunião da Executiva para discutir a crise. O PV numa crise deste tamanho e o Penna não chama reunião da Executiva Nacional. A decisão do Penna está tomada, ele quer que todo mundo saia", concluiu.

Segundo Brusadin, a euforia causada pelos quase 20 milhões de votos de Marina Silva hoje virou frustração para os candidatos que pretendiam usar a força política da ex-senadora na campanha de 2012. "Fomos do céu ao inferno", resumiu. Independentemente do destino dos "marineiros", Brusadin aposta na extinção do PV. "O partido tende a virar pó com o tempo. Se quem dava conteúdo ao partido sai, a tendência é diminuir e virar o partido que era há 20 anos. Agora, se montamos outro partido, daí será a morte para o PV", disse.

Já Sirkis adota um tom mais conciliador e diz ver disposição do grupo de Marina para continuar na legenda. No entanto, o deputado acredita que a crise interna chegou a um momento crucial. "Acho realmente que essa situação não pode se manter durante muito tempo", avisou.

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