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Grupo de Lima tenta manter acesa chama de Guaidó

A última reunião do grupo, realizada em 24 de fevereiro, foi seguida pela frustrada tentativa de entrada de ajuda humanitária na Venezuela

Guaidó neste domingo: ele afirmou que uma possível intervenção militar na Venezuela não é uma opção (Isaac Urrutia/Reuters)

Guaidó neste domingo: ele afirmou que uma possível intervenção militar na Venezuela não é uma opção (Isaac Urrutia/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2019 às 06h48.

Última atualização em 15 de abril de 2019 às 07h18.

A crise humanitária na Venezuela volta a ser pauta dos governantes sul-americanos nesta segunda-feira, quando os ministros das Relações Exteriores da região se reúnem em Santiago, no Chile. A reunião faz parte da agenda do Grupo de Lima, criado em 2017 justamente para lidar com a crise venezuelana e que inclui 14 países da região, entre eles o Brasil.

A última reunião do grupo, realizada em 24 de fevereiro, na Colômbia, foi considerada pelos analistas como um fracasso. A reunião foi seguida pela frustrada tentativa de entrada de ajuda humanitária na Venezuela, impedida pelo governo do ditador Nicolás Maduro.

De lá para cá, pouca coisa mudou. A Venezuela sofreu com uma série de apagões em março, deixando quase todo o país sem energia e a população com falta de remédios, alimentos e mesmo água potável. Segundo a consultoria EconoAnalítica, as perdas do apagão já chegam a 875 milhões de dólares. Os venezuelanos também são atingidos por uma inflação que este ano pode alcançar 10.000.000%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na declaração de sua criação, os países do Grupo de Lima reiteraram o desejo de buscar uma solução “pacífica e negociada” e respeitar o “princípio de não intervenção” na Venezuela. Esse princípio também vem sendo cada vez mais ameaçado desde a última reunião: em fevereiro, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que uma possível intervenção militar na Venezuela não estaria descartada.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, esteve na América do Sul  semana passada para visitas a Chile, Paraguai, Peru e Colômbia. Na última reunião da viagem, com o presidente colombiano Iván Duque, Pompeo pediu que Maduro deixasse o poder e abrisse as fronteiras. Ele não mencionou intervenção, mas disse que os EUA “continuarão utilizando todos os meios políticos e econômicos à nossa disposição para ajudar os venezuelanos”.

No domingo, o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, disse em entrevista ao jornal argentino Clarín que uma possível intervenção militar na Venezuela não é uma opção. Guaidó recebeu apoio de mais de 50 países e faz um governo paralelo. Ao mesmo tempo, teve os direitos políticos cassados por 15 anos há duas semanas, enquanto seu número dois, Roberto Marrero, foi preso pelo regime.

Maduro aceitou na semana passada receber ajuda humanitária após um acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, mas os problemas da Venezuela ainda estão muito longe do fim. A  Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 3 milhões de venezuelanos deixaram a Venezuela nos últimos anos.

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