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Greve dos trens aumenta tensão na França

A greve provocou a queda da circulação nesta quarta-feira para 60% dos trens de alta velocidade e entre 30% e 40% dos regionais


	Greve: esta é a oitava greve desde o início de março.
 (Charles Platiau / Reuters)

Greve: esta é a oitava greve desde o início de março. (Charles Platiau / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 16h28.

A apenas nove dias do início da Eurocopa, os trabalhadores do setor ferroviário iniciaram uma greve por tempo indeterminado, complicando ainda mais a situação do governo francês, que enfrenta há três meses protestos contra uma reforma trabalhista.

A greve, que começou na noite de terça-feira, provocou a queda da circulação nesta quarta-feira para 60% dos trens de alta velocidade e entre 30% e 40% dos regionais, informou a Companhia Nacional de Ferrovias (SNCF).

Esta é a oitava greve desde o início de março.

Nas linhas internacionais, a SNCF, operadora oficial da Eurocopa, comunicou um tráfego normal no Eurostar (Reino Unido) e Alleo (Alemanha).

Mas estavam em operação apenas 75% dos trens Lyria (Suíça) e Thalys (Bélgica), 40% dos Ellipsos (Espanha) e um terço dos SVI (Itália).

A greve, pelo horário de trabalho, não está diretamente relacionada com o conflito que opõe o governo e os sindicatos há três meses por uma reforma trabalhista impulsionada pelo governo socialista de François Hollande.

Interessado em abafar o novo conflito, o Executivo pressiona os funcionários e a direção da SNCF a alcançar um acordo.

Para evitar uma explosão social em outras áreas, o governo anunciou na terça-feira um aumento salarial para os professores e desistiu de cortar o orçamento das pesquisas.

Mas o governo insiste que não vai recuar na reforma trabalhista.

"Não vamos retirar o projeto", disse Hollande, ao mesmo tempo que o primeiro-ministro Manuel Valls declarou que recuar seria um "erro político".

O ex-presidente e antecessor de Hollande, Nicolas Sarkozy, líder do partido Os Republicanos, denunciou "a desordem" na França e "a perda de autoridade" do Executivo.

Para o governo de Hollande, que bate recordes de impopularidade, a reforma facilitará a adaptação das regras de trabalho à realidade das empresas e favorecerá a luta contra o desemprego (10%).

Mas os críticos, que convocaram um novo dia de manifestações para 14 de junho, consideram que aumentará a precariedade no mercado de trabalho e exigem a retirada do projeto.

O sindicato CGT assegurou nesta quarta-feira que o objetivo não é "bloquear a Eurocopa", mas acusou o governo de rejeitar o diálogo. "Se o governo, amanhã, disser 'vamos conversar', não haverá mais greve", assegurou.

Segundo o sindicato, nesta semana haverá "a maior mobilização em três meses"s.

A greve nas refinarias, que começou há duas semanas, prossegue, mas a indústria petrolífera constatou uma melhora no abastecimento de gasolina.

O CGT convocou uma greve no metrô e transportes públicos de Paris a partir de quinta-feira, mas a direção afirmou que devem ser registradas apenas leves perturbações.

Neste mesmo dia, o sindicato quer retomar a mobilização no setor energético. Ele fez uma chamada a uma greve prorrogável, "com cortes seletivos" de eletricidade e de gás contra os serviços do Estado e das sedes patronais.

Na aviação, as negociações entre a Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) e os sindicatos não avançaram e uma greve está programada para os dias 3, 4 e 5 de junho.

Paralelamente, os pilotos da companhia Air France votaram a favor de uma greve em junho que pode coincidir com o início da Eurocopa-2016.

O Comitê de Turismo de Paria e sua região fez um alerta para as consequências dos eventos sociais para a imagem do país.

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