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Greve contra reforma da Previdência paralisa parcialmente a França

Este sábado marca o 3º dia com o país em greves, especialmente dos transportes, em um contexto de confronto entre sindicatos e o governo

Protesto: na última quinta, as manifestações reuniram cerca de 800.000 pessoas no país, mais do que nos movimentos de 1995, 2003 e 2010 (Jean-Paul Pelissier/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de dezembro de 2019 às 11h14.

Última atualização em 7 de dezembro de 2019 às 11h14.

A mobilização na França contra uma reforma previdenciária entra, neste sábado (7), em seu terceiro dia com o país parcialmente paralisado por greves, especialmente dos transportes, em um contexto de confronto entre sindicatos e o governo de Emmanuel Macron .

"Demos um grande golpe, estamos gerando uma dinâmica", comemorou o líder do sindicato Força Operária (FO), Yves Veyrier, antes de uma reunião inter-sindical que convocou uma nova mobilização nas ruas da França na próxima terça-feira.

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Na última quinta-feira, as manifestações reuniram cerca de 800.000 pessoas em todo o país, ou seja, mais pessoas do que nos primeiros dias dos massivos movimentos sociais de 1995, 2003 e 2010.

A mobilização é contra um "sistema universal" de aposentadoria, que o governo planeja usar para substituir os atuais 42 regimes de aposentadoria existentes (geral, funcionários públicos, setor privado, especiais, autônomos, complementares).

O Executivo francês promete um dispositivo "mais justo", mas aqueles que se opõem a ele - quase todos os sindicatos, a oposição de esquerda - temem uma "precarização".

A aposentadoria é uma questão muito delicada na França. Os opositores mais radicais esperam que a mobilização dure e o país fique paralisado, como aconteceu em dezembro de 1995. A greve durou três semanas e obrigou o governo a recuar.

Dias decisivos

Para o presidente Macron, que fez da "transformação" da França a essência de seu mandato, os próximos dias serão decisivos.

O Executivo enfrenta um sério desafio em um contexto social já muito tenso, com a mobilização sem precedentes dos "coletes amarelos" há mais de um ano e o descontentamento exacerbado nos hospitais e prisões, ou entre professores, ferroviários, agricultores e policiais.

Além disso, essa greve cria tensão entre os usuários do transporte público, principalmente nas grandes cidades, como na região de Paris.

O projeto de reforma ainda não foi totalmente revelado - embora vários de seus princípios tenham sido avançados - e o primeiro-ministro Edouard Philippe prometeu que divulgaria na quarta-feira "a integralidade do projeto do governo".

Philippe acrescentou que não se insere em uma "lógica de confronto".

"Nada muda no objetivo do governo: acabar com nosso sistema solidário para substituí-lo por um sistema individualizado onde todos perdem", lamentou a CGT, outro dos principais sindicatos do país.

Enquanto isso, os usuários do transporte público continuarão tendo muitas dificuldades em se locomover.

A greve dos transportes continua e, neste fim de semana, menos de 20 dias para as festas de final de ano, anuncia-se muito complicada.

Nove das 15 linhas do metrô de Paris estão totalmente fechadas neste sábado e, nas demais, o tráfego é muito limitado.

A próxima segunda-feira, o quinto dia de greve, também deverá ser difícil: a companhia ferroviária nacional, SNCF, até recomendou os viajantes da região parisiense a evitar os trens suburbanos e intermunicipais.

Além disso, na tarde deste sábado, estão previstas manifestações na capital francesa contra o desemprego e a precariedade.

No transporte aéreo, hoje está sendo mais calmo do que quinta e sexta-feira: são esperados apenas atrasos e algumas perturbações, segundo a Direção Geral de Aviação Civil.

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