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Greenpeace quer zona de evacuação maior em Fukushima

Organização considera que alguns locais fora do raio de 20km da usina são perigosos

Técnico do Greenpeace monitora níveis de contaminação radioativa na cidade de Iitate, no Japão (Christian Aslund/AFP)

Técnico do Greenpeace monitora níveis de contaminação radioativa na cidade de Iitate, no Japão (Christian Aslund/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2011 às 12h35.

Tóquio - A zona de evacuação da população em torno da usina nuclear japonesa de Fukushima deveria ser ampliada em pelo menos 10 km por causa da alta radioatividade, afirmou nesta quarta-feira a organização ecológica Greenpeace.

A zona de evacuação em torno da central nuclear cobre atualmente um raio de 20 km, e o governo recomendou que as pessoas que vivem numa zona compreendida entre 20 e 30 km se afastassem, mas sem obrigá-las a isso.

Segundo o Greenpeace, que realizou análises de radioatividade além de 20 km, as zonas contaminadas não estão repartidas de forma uniforme, e alguns lugares situados a uma distância de mais de 40 km da central são mais perigosos que os outros situados na zona proibida.

O Greenpeace informou que registrou 100 microsieverts por hora na zona rural de Tsushima, que teoricamente não estaria envolvidas pelas medidas de evacuação.

"Isso quer dizer que alguém que poderá ultrapassar a dose anual máxima de 1.000 microsieverts em aproximadamente 10 horas", declarou, em coletiva de imprensa em Tóquio, Jan van de Putte, um dos dirigentes do Greenpeace.

Ele citou outras análises preocupantes e estimou que existe uma "contradição entre as cifras e a ausência de ação das autoridades para proteger a população".

"Num contexto ideal, a zona de evacuação teria de ser muito ampla. Mas estamos num contexto de emergência", afirmou, acrescentando que o Greenpeace recomenda "para começar uma zona de evacuação de um raio de pelo menos 30 km, e, além dessa zona, o afastamento prioritário das crianças e mulheres grávidas".

Na terça-feira, o governo japonês indicou que o país está em "estado de alerta máximo" por causa dos problemas na central nuclear de Fukushima, após a detecção de plutônio e de água altamente radioativa no local, que obrigou a interrupção dos trabalhos de contenção da crise.

Durante uma reunião no Parlamento, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, reconheceu que a situação continua imprevisível e afirmou que seu governo está enfrentando o problema em "estado de alerta máximo".

As operações continuam na usina, com o objetivo de estabilizar a situação nos reatores e reparar os circuitos de resfriamento.

O governo japonês também ordenou avaliações imediatas de todos os reatores nucleares do país para garantir que não serão registrados os mesmos problemas que os da central de Fukushima.

Uma carta foi enviada pelo ministro da Economia, Comércio e Indústria, Banri Kaieda, aos principais executivos das nove empresas regionais de energia do Japão, assim como a outras duas empresas que administram centrais nucleares.

O Japão tem mais de 50 reatores, todos à beira do mar, em um arquipélago ameaçado por tremores diários.

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