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Grécia volta a ser paralisada por greve geral

A polícia estimou que 35.000 pessoas saíram às ruas em Atenas e em 15.000 em Salônica, segunda cidade do país

Manifestantes concentram-se em frente ao Parlamento Grego: na capital, a polícia lançou gás lacrimogêneo para repelir os manisfestantes que atiravam pedras (AFP/ Aris Messinis)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 20h38.

Atenas - Pelo menos 50 mil pessoas saíram às ruas nesta quarta-feira na Grécia em meio a uma greve geral que afeta principalmente os transportes, para protestar contra a austeridade.

A polícia estimou que 35.000 pessoas saíram às ruas em Atenas e em 15.000 em Salônica, segunda cidade do país.

Na capital, a polícia lançou gás lacrimogêneo para repelir os manisfestantes que atiravam pedras, e em Salônica e Heraklion (Creta), foram incendiados dois veículos pertencentes a uma televisão e à polícia.

A mobilização pretende, segundo as centrais sindicais GSEE do setor privado e Adedy do público, "responder às políticas contra o crescimento que empobreceram a sociedade e provocaram a crise da economia".

"Stop, não podemos mais", dizia o cartaz central da passeata sindical, que contou com a participação de membros do partido de oposição, Syriza, de esquerda radical, cujos panfletos pediam a derrubada do governo o quanto antes.


Também participaram das passeatas alguns tratores, em um sinal da insatisfação dos agricultores, mobilizados no centro rural contra um endurecimento do regime fiscal e falta de crédito.

Como na Espanha ou em Portugal, os manifestantes gregos não veem saída para a austeridade e as reformas iniciadas em 2010, que se traduz na asfixia econômica e na deterioração da saúde, da educação e da proteção social.

No momento, trata-se simplesmente de executar os compromissos assumidos em novembro para que os credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, continuem apoiando o país.

Em particular, em "matéria de privatizações, captação de impostos e redução do setor público", disse à AFP uma fonte do Ministério de Finanças.

Segundo a fonte, o governo de coalizão de direita e esquerda moderada espera, no final de fevereiro ou de março, o retorno da troika (UE, FMI e BCE).


A entrega de uma nova parcela de ajuda de 240 bilhões à Grécia depende do resultado das auditorias feitas pelo grupo.

"Todas essas medidas nos trouxeram miséria", disse Dimitris Balayannis, um técnico de imprensa de 31 anos, que acaba de ser despedido.

O próprio executivo resiste às vezes. Para evitar demitir os funcionários, tenta convencer seus credores de que as aposentadorias bastarão para eliminar 25.000 postos de trabalho no setor público este ano.

O primeiro-ministro, o conservador Antonis Samaras, não hesitou a recorrer à força - intervenção policial - para enfrentar duas greves de marinheiros e funcionários do metrô de Atenas.

Em um país onde o Produto Interno Bruto caiu cerca de 25% em seis anos de recessão, a greve geral, a primeira do ano, perturbou os voos internos, praticamente vazios, trens, ônibus e barcos que garantem as conexões com as ilhas, enquanto os hospitais e escolas operavam com metade da capacidade.

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Atenas - Pelo menos 50 mil pessoas saíram às ruas nesta quarta-feira na Grécia em meio a uma greve geral que afeta principalmente os transportes, para protestar contra a austeridade.

A polícia estimou que 35.000 pessoas saíram às ruas em Atenas e em 15.000 em Salônica, segunda cidade do país.

Na capital, a polícia lançou gás lacrimogêneo para repelir os manisfestantes que atiravam pedras, e em Salônica e Heraklion (Creta), foram incendiados dois veículos pertencentes a uma televisão e à polícia.

A mobilização pretende, segundo as centrais sindicais GSEE do setor privado e Adedy do público, "responder às políticas contra o crescimento que empobreceram a sociedade e provocaram a crise da economia".

"Stop, não podemos mais", dizia o cartaz central da passeata sindical, que contou com a participação de membros do partido de oposição, Syriza, de esquerda radical, cujos panfletos pediam a derrubada do governo o quanto antes.


Também participaram das passeatas alguns tratores, em um sinal da insatisfação dos agricultores, mobilizados no centro rural contra um endurecimento do regime fiscal e falta de crédito.

Como na Espanha ou em Portugal, os manifestantes gregos não veem saída para a austeridade e as reformas iniciadas em 2010, que se traduz na asfixia econômica e na deterioração da saúde, da educação e da proteção social.

No momento, trata-se simplesmente de executar os compromissos assumidos em novembro para que os credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, continuem apoiando o país.

Em particular, em "matéria de privatizações, captação de impostos e redução do setor público", disse à AFP uma fonte do Ministério de Finanças.

Segundo a fonte, o governo de coalizão de direita e esquerda moderada espera, no final de fevereiro ou de março, o retorno da troika (UE, FMI e BCE).


A entrega de uma nova parcela de ajuda de 240 bilhões à Grécia depende do resultado das auditorias feitas pelo grupo.

"Todas essas medidas nos trouxeram miséria", disse Dimitris Balayannis, um técnico de imprensa de 31 anos, que acaba de ser despedido.

O próprio executivo resiste às vezes. Para evitar demitir os funcionários, tenta convencer seus credores de que as aposentadorias bastarão para eliminar 25.000 postos de trabalho no setor público este ano.

O primeiro-ministro, o conservador Antonis Samaras, não hesitou a recorrer à força - intervenção policial - para enfrentar duas greves de marinheiros e funcionários do metrô de Atenas.

Em um país onde o Produto Interno Bruto caiu cerca de 25% em seis anos de recessão, a greve geral, a primeira do ano, perturbou os voos internos, praticamente vazios, trens, ônibus e barcos que garantem as conexões com as ilhas, enquanto os hospitais e escolas operavam com metade da capacidade.

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