Grécia respira aliviada, mas desafios continuam
Na terça-feira, a zona do euro aceitou estender até o final de junho o programa de assistência financeira que mantém a Grécia a salvo da bancarrota
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 18h37.
Após um alívio de quatro meses, o governo grego deverá se esforçar para manter suas promessas, não só com os eleitores, como também com seus parceiros europeus, enquanto um terceiro plano de resgate parece cada dia mais provável.
Na terça-feira, a zona do euro aceitou estender até o final de junho o programa de assistência financeira que mantém a Grécia a salvo da bancarrota.
Em troca, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, se comprometeu a implementar várias reformas sem renegar suas medidas anti-austeridade.
Agora, além do próprio parlamento grego, outras congressos europeus, entre eles o Bundestag alemão, devem endossar antes do fim de semana a extensão da ajuda; esta etapa deve ser apenas uma formalidade.
Nesta quarta-feira, entretanto, os problemas voltaram à tona. Para começar, a Grécia se pergunta como encarar os vencimentos da dívida nas próximas semanas.
"Mesmo se o acordo (de terça-feira) for mantido, não está claro como o governo grego cumprirá seus compromissos até abril", lembra Jennifer McKewon, economista da Capital Economics.
Os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) vencem em março e os europeus não devem desbloquear os recursos antes de abril, quando os avanços nas reformas de Atenas serão avaliadas.
"Um passo atrás"
Outra grande dúvida é se será realmente possível realizar o ambicioso programa do executivo grego, que aposta na luta contra a fraude e a corrupção e pela reforma do aparato estatal.
Para Costas Bakouris, presidente da ONG Transparency International na Grécia, as medidas "darão prioridade a figuras graúdas para mostrar resultados rápidos", mas o governo não fala de "medidas preventivas", explicou à AFP em entrevista.
As propostas apresentadas em Bruxelas mantêm algumas medidas sociais, como os bônus de comida, mas afastam para o horizonte as principais promessas eleitorais, como o aumento do salário mínimo.
Embora Tsipras preserve sua popularidade após ser eleito com uma mensagem anti-austeridade, ele precisará se esforçar para manter sua credibilidade: à esquerda do partido já podem ser ouvidas as primeiras críticas.
E depois?
A pergunta que surge agora é como será o novo contrato da Grécia com seus parceiros após a extensão de junho.
Citando fontes próximas a Berlim, o jornal alemão Rheinische Post apontou uma quantia de 20 bilhões de euros para um eventual terceiro resgate, citando a fontes próximas a Berlim.
Para Atenas, seria um duro revés submeter-se novamente a medidas draconianas impostas por Bruxelas, quando os programas anteriores de ajuda (2010 e 2012), transformaram a Grécia em uma "colônia da dívida" e roubaram a "dignidade" dos gregos, nas palavras do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis.
A Grécia prefere uma linha de crédito, mas é pouco provável que ocorra, segundo fontes europeias.
A gigantesca dívida grega (320 bilhões de euros, mais de 175% do PIB), nas mãos de credores internacionais, preocupa um pouco mais.
Os sócios de Atenas negaram o perdão de parte da dívida, mas podem consentir uma redução das taxas de juros ou uma ampliação dos prazos de vencimento, sempre e quando estejam satisfeitos com o avanço das reformas.
Após um alívio de quatro meses, o governo grego deverá se esforçar para manter suas promessas, não só com os eleitores, como também com seus parceiros europeus, enquanto um terceiro plano de resgate parece cada dia mais provável.
Na terça-feira, a zona do euro aceitou estender até o final de junho o programa de assistência financeira que mantém a Grécia a salvo da bancarrota.
Em troca, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, se comprometeu a implementar várias reformas sem renegar suas medidas anti-austeridade.
Agora, além do próprio parlamento grego, outras congressos europeus, entre eles o Bundestag alemão, devem endossar antes do fim de semana a extensão da ajuda; esta etapa deve ser apenas uma formalidade.
Nesta quarta-feira, entretanto, os problemas voltaram à tona. Para começar, a Grécia se pergunta como encarar os vencimentos da dívida nas próximas semanas.
"Mesmo se o acordo (de terça-feira) for mantido, não está claro como o governo grego cumprirá seus compromissos até abril", lembra Jennifer McKewon, economista da Capital Economics.
Os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) vencem em março e os europeus não devem desbloquear os recursos antes de abril, quando os avanços nas reformas de Atenas serão avaliadas.
"Um passo atrás"
Outra grande dúvida é se será realmente possível realizar o ambicioso programa do executivo grego, que aposta na luta contra a fraude e a corrupção e pela reforma do aparato estatal.
Para Costas Bakouris, presidente da ONG Transparency International na Grécia, as medidas "darão prioridade a figuras graúdas para mostrar resultados rápidos", mas o governo não fala de "medidas preventivas", explicou à AFP em entrevista.
As propostas apresentadas em Bruxelas mantêm algumas medidas sociais, como os bônus de comida, mas afastam para o horizonte as principais promessas eleitorais, como o aumento do salário mínimo.
Embora Tsipras preserve sua popularidade após ser eleito com uma mensagem anti-austeridade, ele precisará se esforçar para manter sua credibilidade: à esquerda do partido já podem ser ouvidas as primeiras críticas.
E depois?
A pergunta que surge agora é como será o novo contrato da Grécia com seus parceiros após a extensão de junho.
Citando fontes próximas a Berlim, o jornal alemão Rheinische Post apontou uma quantia de 20 bilhões de euros para um eventual terceiro resgate, citando a fontes próximas a Berlim.
Para Atenas, seria um duro revés submeter-se novamente a medidas draconianas impostas por Bruxelas, quando os programas anteriores de ajuda (2010 e 2012), transformaram a Grécia em uma "colônia da dívida" e roubaram a "dignidade" dos gregos, nas palavras do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis.
A Grécia prefere uma linha de crédito, mas é pouco provável que ocorra, segundo fontes europeias.
A gigantesca dívida grega (320 bilhões de euros, mais de 175% do PIB), nas mãos de credores internacionais, preocupa um pouco mais.
Os sócios de Atenas negaram o perdão de parte da dívida, mas podem consentir uma redução das taxas de juros ou uma ampliação dos prazos de vencimento, sempre e quando estejam satisfeitos com o avanço das reformas.