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Grécia quer expandir sua cerca anti-imigração na fronteira com a Turquia

Os países já são divididos por uma cerca metálica, erguida em 2020, que é vigiada por soldados equipados com câmeras, radares de alta tecnologia e drones

Uma bandeira grega tremula ao vento, ao lado das 12 estrelas amarelas sobre um fundo azul da bandeira europeia (AFP/AFP Photo)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 3 de abril de 2023 às 10h03.

Em uma região remota do leste da Grécia , às margens do rio Evros, uma cerca de 5 metros de altura com grossas barras de metal, que o governo quer ampliar, marca a fronteira com a Turquia e tenta impedir a entrada de migrantes no território da União Europeia .

Uma bandeira grega tremula ao vento, ao lado das 12 estrelas amarelas sobre um fundo azul da bandeira europeia.

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Esta cerca metálica, erguida em 2020, é vigiada por soldados equipados com câmeras, radares de alta tecnologia e drones.

Em visita recente, durante sua campanha para as eleições gerais de 21 de maio, o primeiro-ministro conservador, Kyriakos Mitsotakis, reafirmou a intenção de ampliar a cerca, que já tem 37,5 km de comprimento, com outros 35 km até o final do ano e com mais 100 km até 2026.

Imigração e fronteiras entre Turquia e Grécia

Para Mitsotakis, a cerca serve para evitar que se repita a "invasão", o "ataque", nas suas palavras, de fevereiro e março de 2020, quando o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, abriu as fronteiras encorajando sírios, afegãos e iraquianos a tentar a sorte na UE.

Nas cidades agrícolas da região de Evros, a extensão da cerca de metal parece satisfazer a quase todos.

No ano passado, a Grécia impediu a entrada de 265.000 migrantes em seu território, segundo o ministro da Proteção Civil, Takis Theodorikakos.

"Por uma boa causa"

"Se a cerca não tivesse sido construída, estaríamos em Cabul", diz um homem de 50 anos, que não quis se identificar, na praça da cidade de Feres, lembrando a onda de migrantes há três anos.

Nesta região, que se estende desde a fronteira búlgaro-turca até o delta do rio Evros, 200 km mais ao sul, ONGs acusam o governo grego de devolver ilegalmente pessoas em busca de asilo na UE. Atenas sempre negou essa acusação.

Em outubro passado, 92 homens foram encontrados nus em um campo da região. A Grécia culpou a Turquia, dizendo que os turcos os despojaram de seus pertences e depois os jogaram para o lado grego, o que o governo turco negou.

A Grécia calcula o custo da expansão da cerca em cerca de 100 milhões de euros (US$ 108 bilhões, cerca de R$ 548,6 bilhões em valores atuais) e, se seus parceiros europeus não ajudarem, ela financiará o custo sozinha.

A construção de cercas e muros para impedir a passagem de solicitantes de asilo não tem o apoio unânime dos 27 países da UE.

Segundo Nikos Hadjimagioglou, que gerencia uma perfumaria em Pheres, o dinheiro já investido na cerca metálica foi "por uma boa causa".

"Mas o maior problema da região não são os migrantes", diz ele, mas a falta de atividade econômica nesta área remota e militarizada, a três horas de carro da cidade de Tessalônica.

"Se me perguntarem se prefiro uma cerca ou uma fábrica, prefiro uma fábrica", afirma.

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