Marinheiros protestam durante greve: os trabalhadores do setor marítimo exigem os pagamentos atrasados das companhias armadoras. (Yorgos Karahalis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 15h03.
Atenas - O Governo do conservador Antonis Samaras obrigou os marinheiros gregos a voltarem ao trabalho nesta quarta-feira após quase uma semana de greve, em reivindicação de pagamentos atrasados e um novo convênio coletivo, para evitar o desabastecimento das ilhas.
Nas primeiras horas da manhã, os primeiros navios estavam prontos para ser carregados e zarpar rumo às várias ilhas que formam os arquipélagos gregos e que corriam perigo de desabastecimento, como argumentou o Governo na hora de impor o decreto de mobilização forçosa.
No entanto, o processo de carga começou com extrema lentidão, uma vez que só alguns píeres do gigantesco porto de Pireu, em Atenas, estavam habilitados para retomar o trabalho, e somente à medida que passava o dia começou a recuperar a normalidade.
Milhares de marinheiros e outros trabalhadores empreenderam uma passeata até as proximidades do Ministério da Marinha Mercante, protesto que esteve ladeado por centenas de policiais e que transcorreu com calma.
Os trabalhadores do setor marítimo exigem os pagamentos atrasados das companhias armadoras - na maioria dos casos de até seis meses -, a negociação de um novo convênio coletivo perante o vencimento do atual e o fim da utilização de trabalhadores imigrantes ilegais.
"A mobilização forçosa não foi decretada porque os marinheiros se opunham ao projeto de lei sobre a reforma da marinha mercante, mas porque as ilhas tinham ficado sem transporte e sem abastecimento", afirmou o representante parlamentar do partido Nova Democracia, Makis Voridis.
Esta é a segunda vez neste ano que o Governo de Samaras declara a mobilização forçosa - em janeiro fez o mesmo para romper uma greve do metrô que se prolongava durante nove dias -, uma prerrogativa que desde 1974 só havia sido aplicada em oito ocasiões e cujo descumprimento acarreta penas de até três meses de prisão.