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Grécia, Itália e Bulgária vão criar centros de registros

Os países se comprometeram a criar um centro de registro e identificação de refugiados durante o mês de novembro


	Registro: os países se comprometeram a criar um centro de registro e identificação de refugiados durante o mês de novembro
 (Reuters / Marko Djurica)

Registro: os países se comprometeram a criar um centro de registro e identificação de refugiados durante o mês de novembro (Reuters / Marko Djurica)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 10h40.

Bruxelas - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou nesta quarta-feira que Grécia, Itália e Bulgária se comprometeram a criar centros de registro e identificação de refugiados durante o mês de novembro.

"Qualquer repartição (de refugiados), qualquer acordo, só poderemos assumir se tivermos pontos de partida adequados, ou seja, os chamados centros de registro", afirmou Merkel na entrevista coletiva posterior à cúpula extraordinária de chefes de Estado e governo da União Europeia.

"Os Estados-membros que estão na fronteira exterior da UE, ou seja, Grécia e Itália, mas também a Bulgária, que indicou que, embora não esteja no acordo de Schengen faz fronteira com a Turquia, vão estabelecer centros de registro, no mais tardar, até novembro", explicou a chanceler alemã.

Nesses locais serão realizadas a identificação e o registro dos refugiados através das impressões digitais. Ao mesmo tempo, eles servirão também para fazer a repartição dos imigrantes entre os países, assim como devolvê-los aos países de origem.

Para Merkel, outro aspecto importante debatido pelos líderes foi como resolver as raízes do problema, o que implica num grande esforço internacional para solucionar as crises na Líbia e na Síria.

Já o presidente da França, François Hollande, disse que será preciso auxiliar com 1,7 bilhão de euros países como Jordânia, Líbano e Turquia, para que possam continuar recebendo os refugiados, "mantendo-os o mais perto possível do Iraque e da Síria, onde eles viviam até poucos meses atrás".

A França disponibilizará 100 milhões de euros em dois anos para ajudar os refugiados através do Programa Mundial de Alimentos da ONU, indicou Hollande na coletiva.

"Turquia, Jordânia e Líbano certamente estão no limite do que podem fazerm, mas não se queixaram nunca", destacou Merkel.

"As ajudas serão destinadas aos países de fora da EU, que recebem grande número de refugiados, e aos órgãos que nos ajudam, de forma que seus filhos (dos refugiados) tenham educação, tenham um trabalho nas regiões de origem. É importante porque damos, finalmente, um caráter global à ação da Europa", disse Hollande.

Merkel ressaltou a necessidade de iniciar um "diálogo intenso" com a Turquia para proteger as fronteiras internas, e afirmou que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, realizará uma reunião com os presidentes da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, no dia 5 de outubro.

"A proteção das fronteiras não será possível sem a Turquia", afirmou a chanceler alemã.

"A Europa deve respeitar as normas que a organiza: Schengen e Dublin nas questões sobre imigração", disse Hollande, acrescentando que as tensões entre os líderes "não desapareceram", mas também ficaram de fora da reunião de hoje.

"É importante que a Europa possa estar unida sobre suas próprias regras. Então, o que vão contar são as ações e a rapidez com a qual os centros de registro sejam instalados" afirmou o presidente francês.

Merkel reiterou que a construção de cercas não soluciona o problema, que não pode ser resolvido só protegendo as fronteiras externas do UE. Para ela, é preciso também conversar com a Turquia, solucionar a crise na Líbia e financiar a luta contra as raízes da migração dos refugiados, que então deixarão de ir à Europa.

A chanceler alemã se mostrou "muito satisfeita" com o resultado geral da reunião, apesar de não ter havido uma solução ampla e global. Merkel disse que os líderes avançaram e se comprometeram a responder ao desafio juntos e com uma responsabilidade comum.

"Nenhum país deu a entender que vai deixar de lado suas obrigações ou que não compreende o sentido que deve ser dado ao amparo os refugiados", concluiu Hollande. 

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