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Governo venezuelano "tem a chave" para êxito do diálogo, diz EUA

O alto diplomata americano comentou que, "no fim das contas, o processo exigirá que as partes se ponham de acordo"

Venezuela: em meio ao diálogo, o governo libertou na segunda-feira cinco opositores (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: em meio ao diálogo, o governo libertou na segunda-feira cinco opositores (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de novembro de 2016 às 19h05.

O governo da Venezuela tem nas mãos "a chave" para o êxito do diálogo iniciado com a oposição, mas um acordo exigirá o esforço de todas as partes, disse nesta sexta-feira o diplomata americano Thomas Shannon.

"Muito disto dependerá da boa fé dos que participam do processo. De muitas maneiras, o governo tem a chave para o diálogo", disse Shannon, vice-secretário do Departamento de Estado para Assuntos Políticos, em coletiva de imprensa em Washington ao retornar de Caracas, onde esta semana se reuniu com as partes envolvidas.

Na visão de Shannon, "a chave" do processo está nas mãos das autoridades do governo porque "são eles os que têm os presos, quem controlam a organização eleitoral e são os que têm que estar de acordo em se sentar com a sociedade civil e a oposição para decidir os próximos passos".

O alto diplomata acrescentou que, "no fim das contas, o processo exigirá que as partes se ponham de acordo".

Para Shannon, o diálogo é "frágil, mas muito importante", ao considerar que se trata de "um esforço de boa fé para encontrar uma saída pacífica para a crise política que paralisou a Venezuela".

O fato de o governo e representantes da oposição "terem se sentado juntos é um passo enorme", destacou o alto diplomata americano.

Da mesma forma, acrescentou, o fato de o diálogo se realizar na presença de representantes do Vaticano permite que haja uma "atenção global" sobre o andamento do processo.

O governo e a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) iniciaram conversações neste domingo, sob os auspícios do Vaticano e da Unasul.

Em meio ao diálogo, o governo libertou na segunda-feira cinco opositores e a oposição suspendeu na terça-feira um julgamento sobre a responsabilidade de Maduro na crise, assim como uma passeata até o palácio presidencial de Miraflores.

Mas as tensões voltaram a se intensificar, depois que Maduro tachou de "terrorista" o partido Vontade Popular, fundado por Leopoldo López, enquanto a MUD acusou o presidente de dar "um chute na mesa" de negociações.

A oposição, que reivindica, entre outras coisas, uma antecipação das eleições e a libertação de "presos políticos", deu um prazo até 11 de novembro para receber gestos do governo, o que Maduro recusou taxativamente.

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