Rússia: o presidente Vladimir Putin decretou uma semana "de folga" de 30 de outubro a 7 de novembro, na tentativa de interromper o aumento de casos e de óbitos (AFP/AFP Photo)
AFP
Publicado em 22 de outubro de 2021 às 11h21.
Última atualização em 22 de outubro de 2021 às 14h39.
O governo russo admitiu, nesta sexta-feira (22), que sua campanha de vacinação contra o coronavírus fracassou, em comparação com a da Europa, mas culpou a população, que reluta em se vacinar, em meio à onda epidêmica.
A Rússia registrou um novo recorde de 37.141 casos e 1.064 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas.
"Estamos em uma situação pior do que a de toda uma série de países europeus, no que diz respeito à vacinação. E, de repente, com o impulso de variantes mais agressivas, há mais pessoas ficando doentes.
Esta é a realidade do momento", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa. Em torno de um terço dos russos foram vacinados contra a covid-19 desde dezembro, em um contexto de desconfiança generalizada em relação às vacinas desenvolvidas em nível nacional.
Para Peskov, o que deve ser questionado é a atuação da população, e não do Estado. O problema é a conscientização da população", frisou o porta-voz, que também não se vacinou.
Ele alega ter um nível alto de anticorpos, após passar pela doença em maio de 2020. Embora as autoridades russas tenham convocado a população a se vacinar, o governo também deu a entender que a pandemia poderia ser controlada. E, um indicativo disso, é que optou por limitar ao máximo a imposição de restrições sanitárias, de modo a proteger a economia.
O presidente Vladimir Putin decretou uma semana "de folga" de 30 de outubro a 7 de novembro, na tentativa de interromper o aumento de casos e de óbitos. Além disso, todos os serviços, empresas e estabelecimentos comerciais considerados "não essenciais" ficarão fechados por 11 dias, a partir de 28 de novembro.
Segundo o governo, a covid-19 deixou 228.453 mortos na Rússia. A agência de estatísticas Rosstat considera, no entanto, que este número está subestimado e que, até o final de agosto, o coronavírus já havia matado mais de 400 mil pessoas no país.