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Governo francês proíbe manifestação pró-imigrantes em Calais

"(...) a proibição de qualquer tipo de manifestação é a única maneira de prevenir de maneira eficaz problemas de ordem pública", concluíram autoridades


	Calais: entre 7 e 12 mil imigrantes estão instalados em um acampamento precário e insalubre nos arredores de Calais
 (Pascal Rossignol/Reuters)

Calais: entre 7 e 12 mil imigrantes estão instalados em um acampamento precário e insalubre nos arredores de Calais (Pascal Rossignol/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2016 às 09h38.

Paris - O governo da França anunciou nesta quinta-feira a proibição de uma manifestação de um coletivo pró-imigrantes em Calais, que estava prevista para 1º de outubro, pelo risco de que possam ocorrer "problemas de ordem pública" como em protestos anteriores.

Em comunicado emitido pela prefeitura do departamento de Pas-de-Calais, foram apresentados três motivos para impedir a manifestação da "Coalizão Internacional dos Imigrantes Ilegais e Migrantes (CISPM, sigla em francês)", um coletivo que defende a livre circulação de todas as pessoas.

Em Calais, cidade do norte da França onde milhares de imigrantes vivem amontoados em um acampamento, houve um protesto em janeiro deste ano apoiado pela CISPM e que acabou desembocando em "desordem e graves problemas de ordem pública", lembrou o administrador regional.

Além desse motivo, segundo o comunicado, há "o risco de enfrentamentos entre extremistas de extrema-esquerda (pró-imigrantes) e de extrema-direita (contra)" e a "impossibilidade" de mobilizar contingentes policiais suplementares para manter "a segurança da manifestação", já que não há meios suficientes para isso.

"Nessas circunstâncias, a prefeitura de Pas-de-Calais decidiu que a proibição de qualquer tipo de manifestação é a única maneira de prevenir de maneira eficaz problemas de ordem pública", concluíram as autoridades na nota, que também alerta para a possibilidade de sanções penais caso a proibição não seja respeitada.

Entre 7 e 12 mil imigrantes - muitos deles solicitantes de asilo originários de países pobres e instáveis como Sudão, Afeganistão e Eritreia - estão instalados em um acampamento precário e insalubre nos arredores de Calais.

Muitos esperam por uma chance para atravessar o Canal da Mancha rumo ao Reino Unido, através de abordagens perigosas em caminhões que fazem o trajeto diariamente, enquanto outros esperam que sua situação se regularize para que possam ficar na França.

Nos últimos meses, as operações policiais no campo de imigrantes têm sido frequentes, muitas delas em resposta aos grupos de jovens que tentam bloquear a estrada anexa para parar os caminhões com destino ao Reino Unido, para que possam viajar neles clandestinamente.

O presidente francês François Hollande anunciou o fechamento do acampamento antes de fim deste ano e a realocação dos imigrantes desalojados em diferentes partes da França, uma ideia que foi rejeitada por vários prefeitos e dirigentes regionais de centro-direita e da extrema-direita francesa. 

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