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Governo do Egito debate destino de Irmandade Mulçumana

O Egito, o país árabe mais populoso, está enfrentando a pior eclosão de violência interna em sua história moderna

Apoiadores do presidente deposto Mursi seguram cartazes em protesto no Cairo,  neste domingo (REUTERS/Louafi Larbi)

Apoiadores do presidente deposto Mursi seguram cartazes em protesto no Cairo, neste domingo (REUTERS/Louafi Larbi)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2013 às 15h15.

CAIRO - Governantes apoiados pelo Exército do Egito se reuniram neste domingo para discutir o confronto sangrento com a Irmandade Muçulmana do presidente deposto Mohamed Mursi, em meio a propostas contrastantes de compromisso e luta até a morte.

Em discurso exibido na TV a militares e membros da polícia, o chefe do Exército Abdel Fattah el-Sisi prometeu tomar medidas enérgicas sobre qualquer indivíduo que utilizar a violência, mas também emitiu uma nota de aparente inclusão, dizendo aos defensores de Mursi: "Há lugar para todos no Egito".

A Irmandade, sob enorme pressão desde que a polícia atacou seus acampamentos de protesto no Cairo e matou centenas de seus partidários, informou que planeja mais protestos para exigir a reintegração de Mursi, deposto pelo Exército em 3 de julho.

O Egito, o país árabe mais populoso, está enfrentando a pior eclosão de violência interna em sua história moderna, apenas 30 meses depois que a deposição do presidente Hosni Mubarak foi saudada como anúncio de mudança democrática em uma região governada por autocratas.

Setenta e nove pessoas morreram e 549 ficaram feridas na violência política em todo o país no sábado, informou a agência estatal de notícias MENA neste domingo, citando o governo. Isso levou a contagem de mortos desde quarta-feira para 830, incluindo 70 policiais e soldados.

Não ficou imediatamente claro como as mortes de sábado ocorreram. Anteriormente, apenas uma pessoa havia sido relatada morta.

Antes da reunião do gabinete, o liberal vice-primeiro-ministro do Egito, Ziad Bahaa el-Din, tinha feito uma proposta de conciliação, vista pela Reuters, defendendo o fim ao estado de emergência declarado na semana passada, participação política para todos os partidos e garantias de direitos humanos, incluindo o direito de livre associação.

Mas sua iniciativa parece ir contra a posição do primeiro-ministro, Hazem el-Beblawi, que sugeriu a dissolução da Irmandade de 85 anos de existência, o que iria forçá-la efetivamente a ficar na irregularidade.

"Não haverá reconciliação com aqueles cujas mãos estão manchadas de sangue e com aqueles que voltaram suas armas contra o Estado e suas instituições", disse Beblawi a repórteres no sábado.

As frenéticas ruas da capital, excepcionalmente vazias nos últimos dias, voltavam ao normal neste domingo, apesar de o Exército manter várias grandes praças fechadas e determinado toque de recolher durante a noite.

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