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Governo de Peña Nieto é marcado por reformas, corrupção e violência

Com as eleições do próximo domingo (1), o governo de Enrique Peña Nieto chega ao fim envolvido em corrupção e com graves violações dos direitos humanos

Em setembro de 2014, 43 estudantes ficaram desaparecidos depois de um ataque executado por criminosos e policiais corruptos (John Moore/Getty Images)
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AFP

Publicado em 25 de junho de 2018 às 13h34.

A partir de 2 de julho, o México terá um presidente eleito, encerrando o governo de Enrique Peña Nieto, marcado por reformas, algumas polêmicas, escândalos de corrupção e graves episódios de violações dos direitos humanos.

A seguir as principais reformas e alguns destes momentos:

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Reformas

- Energia: Abriu o setor de energia ao investimento privado nacional e estrangeiro por meio de contratos com a empresa Pemex e outras entidades estatais que podem ser de utilidade compartilhada, produção compartilhada e licenças.

- Telecomunicações e radiodifusão: Estabeleceu a licitação de duas novas redes de televisão aberta, como parte da eliminação de práticas de monopólio empresariais na televisão e telefonia e abriu a concorrência para proporcionar melhores preços e qualidade na televisão aberta, fechada e na telefonia.

- Educação: Modificou para os docentes do sistema público as regras de entrada e promoção a funções de direção ou de supervisão no ensino básico, médio e superior, que passaram a ser baseadas em avaliações.

Corrupção

- "Casa Branca": uma investigação jornalística revelou em 2014 que a primeira-dama, uma consagrada atriz da Televisa, comprou uma casa de 7 milhões de dólares em um dos bairros mais exclusivos da Cidade do México de um empresário ligado a Peña Nieto há muitos anos.

Ela disse que comprou a casa com o próprio dinheiro, mas acabou vendendo o imóvel e o presidente pediu desculpas aos mexicanos.

- A foto com governadores acusados pela justiça: em dezembro de 2012 Peña Nieto tirou uma fotografia com 19 governadores do partido PRI, incluindo 11 que enfrentaram depois acusações penais, foram processados, estão sob suspeita ou foragidos. Entre eles estava Javier Duarte, detido na Guatemala e extraditado por acusações de corrupção e desaparecimento forçado.

- A fuga de cinema do traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán: em 11 de julho de 2015 o narcotraficante fugiu pela segunda vez de uma penitenciária de segurança máxima, mas desta vez através de um longo túnel cavado a partir do banheiro de sua cela, que terminava em um depósito situado a pouco mais de um quilômetro da prisão.

O túnel foi cavado durante meses e tinha trilhos adaptados para uma motocicleta.

Violência

- O desaparecimento de 43 estudantes: em 26 de setembro de 2014, alunos da escola rural de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, desapareceram depois de um ataque executado por criminosos e policiais corruptos, que os prenderam e supostamente entregaram ao cartel 'Guerreros Unidos'.

Segundo a investigação oficial, rejeitada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o cartel teria assassinados as vítimas e queimado os corpos para espalhar as cinzas em um rio.

- Execuções extrajudiciais: A Comissão Nacional de Direitos Humanos concluiu que 15 dos 22 mortos encontrados em 20 de junho de 2014 em um depósito do município de Tlatlaya, centro do México, foram executados extrajudicialmente por militares.

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