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Governo da Colômbia e ELN assinam primeiro acordo no processo de paz

Esse é o maior avanço até agora nos diálogos que registram 18 meses de altos e baixos

Acordo de paz: representante do governo da Colômbia, Vera Grabe, e o diretor da delegação do ELN, Pablo Beltran se encontraram em fevereiro para tratar do acordo (AFP/AFP Photo)

Acordo de paz: representante do governo da Colômbia, Vera Grabe, e o diretor da delegação do ELN, Pablo Beltran se encontraram em fevereiro para tratar do acordo (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 26 de maio de 2024 às 10h53.

O governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) assinaram no sábado, 25, o primeiro acordo da agenda de negociações de paz, para a participação da sociedade civil no processo, o maior avanço até agora nos diálogos que registram 18 meses de altos e baixos.

"Sabemos que a paz não é construída com esquecimento e impunidade, e que a voz das vítimas é fundamental neste processo e para a legitimidade dos acordos", afirmaram os delegados do governo colombiano e do ELN em um comunicado conjunto, em referência ao acordo sobre a participação da sociedade.

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"Nos comprometemos a preparar e fazer um encontro onde as vítimas do conflito armado, da violência sociopolítica e estrutural, dos territórios e das cidades, apresentem propostas para enriquecer o processo de paz", acrescenta a nota, que cita um encontro na sexta-feira com organizações de vítimas.

Pablo Beltrán, que coordena a delegação da guerrilha, afirmou que o primeiro ponto "busca uma grande aliança social e política, que sigamos para um grande acordo nacional".

A assinatura do primeiro ponto de seis é o principal avanço nas negociações, que foram retomadas no início de abril na Venezuela e registraram momentos de tensão.

Em maio de 2023, a liderança desta guerrilha, de inspiração cubana e a mais antiga da América Latina, colocou a mesa de diálogo "em pausa" depois de acusar o governo colombiano de implementar um processo paralelo com uma frente que não responde às ordens do Comando Central do ELN no departamento de Nariño (sudoeste).

Em meados de abril, as partes retomaram o processo após uma "reunião extraordinária" em Caracas.

Em 6 de maio, no entanto, o ELN anunciou que retomaria os sequestros, alegando que o governo do presidente esquerdista Gustavo Petro não cumpriu o compromisso de entregar doações da comunidade internacional.

Apesar dos avanços deste sábado, a retomada dos sequestros continua sendo um ponto crítico para um processo de paz entre os dois lados, que iniciaram o diálogo no fim de 2022.

As partes mantêm o cessar-fogo bilateral retomado em fevereiro.

O processo de negociação já enfrentou várias turbulências, incluindo os momentos em que os rebeldes ordenam que milhares de pessoas permaneçam dentro de suas casas ou o sequestro do pai do jogador de futebol Luis Díaz, do Liverpool, além dos confrontos entre diferentes grupos ilegais.

O governo de Petro aposta em uma solução com diálogo para seis décadas de conflito, após o histórico acordo de paz de 2016 que desarmou a maior parte das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

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