Mundo

Governo da Argentina fecha acordo com supermercados para limitar aumentos de preços em 5% ao mês

Supermercados e atacadistas irão limitar em 5% os aumentos mensais em produtos de consumo amplo e popular. Em troca, as empresas receberão benefícios fiscais

Inflação na Argentina: aumento nos preços já passa dos 100% (Tomas Cuesta/Getty Images)

Inflação na Argentina: aumento nos preços já passa dos 100% (Tomas Cuesta/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 19 de agosto de 2023 às 19h57.

Última atualização em 19 de agosto de 2023 às 19h57.

O governo da Argentina fechou um acordo de preços com supermercados, em meio à instabilidade econômica no país. De acordo com o anúncio do ministro da Economia, Sergio Massa, os supermercados e atacadistas irão limitar em 5% os aumentos mensais em produtos de consumo amplo e popular pelos próximos 90 dias. Em troca, as empresas receberão benefícios fiscais.

Massa informou ainda que o governo firmou acordo com laboratórios farmacêuticos argentinos para congelar os preços de medicamentos.

Combustíveis

Na quinta-feira, 17, Massa anunciou um acordo para congelar os preços dos combustíveis no país até 31 de outubro. Em 22 de outubro, haverá o primeiro turno na disputa presidencial, com Massa entre os candidatos.

“Concordamos, após um trabalho de entendimento entre as refinarias, os produtores e o Estado, que não haverá mais aumento de combustíveis até 31 de outubro”, afirmou Massa no X (ex-Twitter). Também houve declarações do ministro à imprensa sobre o assunto.

Massa ficou em terceiro lugar nas primárias do último domingo, 13, vencidas por Javier Milei. O país enfrenta inflação superior a 100% ao ano e analistas preveem que ela acelere, com as turbulências nos mercados locais dos últimos dias e o forte aumento na taxa de juros adotado nesta semana pelo Banco Central da República Argentina (BCRA), após a vitória do polêmico libertário Milei.

Câmbio

Também na quinta-feira, o governo argentino fixou a taxa de câmbio até 30 de outubro, após a desvalorização de 22% que ocorreu no dia seguinte às eleições primárias para as presidenciais. A medida foi feita a pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Banco Central argentino desvalorizou o peso em 22% em relação à taxa de câmbio oficial no mercado atacadista na segunda-feira, 14, levando-o a 350 pesos por dólar, em um contexto em que as autoridades vinham defendendo uma taxa de câmbio oficial com um valor equivalente à metade das taxas paralelas, aplicando fortes restrições para acessar o mercado oficial de câmbio. O movimento se deu em meio às turbulências provocadas pela vitória de Milei.

FMI

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) informou na sexta-feira 18, que se reuniu com dois candidatos à Presidência da Argentina, Javier Milei e a conservadora Patricia Bullrich, “para entender suas prioridades econômicas”.

O FMI acompanha de perto a corrida eleitoral no país sul-americano, com o qual assinou um programa de crédito em 2022. Pelo programa, a Argentina recebe US$ 44 bilhões (R$ 218,7 bilhões, na cotação atual) em 30 meses, em troca de o banco central aumentar suas reservas internacionais e o governo reduzir o déficit fiscal.

Dario Epstein, assessor econômico de Milei, afirmou na rede social X, antigo Twitter, que o candidato expôs sua visão e disse: “Nós não vamos dar um calote no FMI nem na dívida soberana”.

No início da semana, o FMI se reuniu com Bullrich, defensora da manutenção de uma economia bimonetária, com a moeda local, o peso, e o dólar.

Acompanhe tudo sobre:Argentina

Mais de Mundo

Câmara dos EUA evita paralisação do governo com aprovação de pacote emergencial de financiamento

Maduro propõe reforma constitucional para reforçar controle político na Venezuela

Atropelamento em feira de Natal na Alemanha mata duas pessoas e caso é investigado como terrorismo

Portugal aprova lei que facilita pedido de residência para brasileiros