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Governo colombiano e ELN farão anúncio sobre processo de paz

Fontes ligadas às duas partes da negociação disseram que a informação tem relação com "um avanço nos diálogos de paz com o ELN"


	ELN: o ELN e o governo de Juan Manuel Santos anunciaram em março um acordo para iniciar diálogos formais de paz
 (AFP/AFP)

ELN: o ELN e o governo de Juan Manuel Santos anunciaram em março um acordo para iniciar diálogos formais de paz (AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2016 às 14h55.

O governo da Colômbia e a guerrilha do Exército da Libertação Nacional (ELN) farão nesta segunda-feira um importante anúncio em Caracas, que deve se referir à decisão de instituir a mesa pública de negociações de paz anunciada há mais de seis meses.

A chancelaria da Venezuela convocou a imprensa para "um anúncio importante sobre o processo de paz na Colômbia".

Por sua vez, em Bogotá, a presidência confirmou que "as delegações do governo da Colômbia e do Exército de Libertação Nacional (ELN) farão um anúncio na Casa Amarela na cidade de Caracas", na noite desta segunda-feira.

Fontes ligadas às duas partes da negociação disseram à AFP que a informação tem relação com "um avanço nos diálogos de paz com o ELN".

No fim de semana, o arcebispo da cidade colombiana de Cali, monsenhor Darío Monsalve, ligado à negociação com o ELN, disse à imprensa que "nesta semana a Colômbia vai ter uma notícia definitiva" sobre o diálogo com a guerrilha.

Segundo a imprensa colombiana, Monsalve afirmou que o processo com o ELN contemplará um pré-acordo humanitário.

Na semana passada, o ELN libertou um refém civil, que foi entregue ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em uma zona rural do departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela.

Esta foi a segunda libertação em uma semana de um refém civil pelo ELN. A anterior, também em Arauca, ocorreu em 29 de setembro, quando rebeldes entregaram o arrozeiro Diego José Ulloque ao CICV, informou a missão de paz da OEA na Colômbia.

O ELN e o governo de Juan Manuel Santos anunciaram em março um acordo para iniciar diálogos formais de paz. No entanto, o processo não se instalou porque a guerrilha continua sequestrando pessoas.

Desconhece-se o número exato de reféns em poder deste grupo, que tomou armas em 1964 por influência da revolução cubana, embora fontes oficiais estimem que pelo menos duas pessoas permaneçam em poder dos rebeldes. O governo calcula em 1.500 o número de combatentes desta organização armada.

Uma fonte próxima à guerrilha afirmou à AFP que membros da cúpula do ELN e delegados do governo mantiveram reuniões estes dias em Caracas "buscando uma fórmula" para instalar "em breve" a mesa pública de negociações.

A recente libertação do civil ocorre quatro dias depois de os colombianos rejeitarem em um referendo um acordo de paz pactuado pelo governo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a principal e mais antiga guerrilha do país, para superar um conflito interno de mais de meio século.

A Colômbia vive um conflito armado de mais de 50 anos e que envolve guerrilhas, paramilitares e agentes da força pública, com um balanço de 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.

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